Coração do ecoturismo no estado de Goiás, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros está sob ameaça na Câmara dos Deputados. Na última semana (02), o deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO) apresentou um projeto que anula a ampliação da área protegida que ocorreu em 2017 para garantir a conservação de importantes remanescentes de Cerrado, pressionados pelo avanço do agronegócio. Na prática, a proposta reduz em 175 mil hectares a unidade de conservação, o equivalente a cerca de 73% do total do parque hoje. Em sua justificativa, o deputado afirma que “o aumento desmedido de seu tamanho prejudica os agricultores da região”.
O projeto de decreto legislativo (PDL) nº338/2021 aguarda despacho do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) para seguir sua tramitação na casa.
Quando foi criado, em 1961, ainda sob o nome de Parque Nacional do Tocantins, a unidade de conservação possuía 625 mil hectares, mais de duas vezes o tamanho atual. O território foi reduzido em duas ocasiões, em 1972, quando ganhou enfim o nome de Chapada dos Veadeiros e caiu para 171 mil hectares, e em 1981, quando a redução chegou aos 65,5 mil hectares existentes antes da ampliação que ocorreu em 2017, após um processo que durou 16 anos. À época do aumento da área protegida, a prefeitura do município goiano de Teresina de Goiás questionou na justiça a mudança, mas a Procuradoria-Geral da República deu parecer favorável à legalidade da ampliação.
O parque está distribuído entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Nova Roma, Teresina de Goiás e São João da Aliança.
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Duda Menegassi
Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica. →
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Texto fantástico e inspirador, é por esse e outro motivos que a carreira de biólogos e pesquisadores me encanta tanto!
Esses desgraçados, com o apoio de parlamentares que não têm compromisso algum com a preservação do meio ambiente, estão aos poucos destruindo todas as nossas Unidades de Conservação, exterminado a fauna e devastando a flora ali existentes, com o único objetivo de favorecer mineradores e pecuaristas, com o único objetivo de favorecer agricultores e à custa de um preço altíssimo para as gerações futuras, que certamente herdarão um mundo impróprio para a vida humana, insustentável, sem água suficiente para todos, extinção de espécies, degradação do solo, aumento da temperatura média da Terra (aquecimento global), poucos sumidouros de carbono e, portanto, elevada poluição do ar, entre tantas outros gravíssimos impactos que terão de suportar a humanidade no futuro, se não buscarmos preservar hoje os ecossistemas e demais recursos naturais do planeta.
Um mundo futuro completamente inóspito, insustentável, adverso e penoso, onde sobreviver será uma questão de sorte.
É esse o mundo que o deputado Waldir e seus pares querem deixar para seus filhos e netos?!!
Não adianta nem a opinião do povo, esses salafrários fazem o que querem com o nosso país, acabam com tudo que temos de natural e de mais belo que temos. O que vale pra eles são o aumento na suas costas bancárias.