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Passivo ambiental

Larry Rother, o correspondente do The New York Times (gratuito, pede cadastro) no Brasil que o governo Lula adora odiar, continua apesar das críticas oficiais dando aulas de jornalismo. Inclusive a nós aqui de O Eco. Na edição do jornal do dia 7 de setembro, publicou reportagem sobre o passivo ambiental que o país herdou da época do desenvolvimentismo do regime militar – um aspecto do passado brasileiro que boa parte do PT federal teima em elogiar. A represa criada em plena Amazônia, mais especificamente no Pará, para fazer girar as turbinas da hidrelétrica de Tucuruí tem uma floresta de problemas. As árvores da área inundada, depois de 20 anos debaixo d’água, viraram um imenso problema ambiental. Sua decomposição lenta e gradual é uma enorme fonte de emissão de dióxido de carbono, que contribui para o fenômeno de aquecimento da Terra. Elas atrapalham a navegação, são fontes de horrendas infestações de mosquito e há a preocupação de que elas estão elevando o nível de acidez da água, o que pode comprometer o funcionamento das turbinas de Tucuruí. Até recentemente, o pessoal da Eletronorte estava combatendo o problema entregando as árvores aos serrotes de madereiras. Elas contratavam gente para mergulhar e serrar os troncos, que depois eram cortados em serrarias na região. No começo do ano, a estatal suspendeu os trabalhos de corte, argumentando que apesar de todos os problemas que provocam elas são benéficas para o ambiente subaquático, provendo os peixes com vivieros onde eles podem se reproduzir. Ambientalistas dizem que isto é uma bobagem, que as árvores representam um risco à qualidade da água e do ar e que sua remoção deveria continuar. Leva 3 minutos para ser lida.

Manoel Francisco Brito ·
7 de setembro de 2004 · 20 anos atrás

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