Um seminário online aberto ao público, promovido pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) e pela ONG World Heritage Watch (WHW – Observadores do Patrimônio Mundial) na segunda-feira, dia 23, reúne especialistas do setor ambiental e cultural para comemorar o cinquentenário da Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO.
O evento também discutirá a situação dos sítios no Brasil, incluindo oportunidades e ameaças. Atualmente, o Brasil tem sete sítios declarados Patrimônio Mundial Natural. São eles o Parque Nacional do Iguaçu (Brasil e Argentina), Mata Atlântica (PR e SP), Costa do Descobrimento, Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central, Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Áreas protegidas do Cerrado e as Ilhas Atlânticas Brasileiras, além de Paraty e Ilha Grande, um Patrimônio misto de Natural e Cultural.
Para ser listado como um Patrimônio Mundial Natural, o sítio deve apresentar uma série de atributos, como proteger áreas consideradas excepcionais do ponto de vista da diversidade biológica e da paisagem, respeitar a diversidade cultural e as populações tradicionais são objeto de atenção especial e, além de benefícios à natureza, devem ser uma importante fonte de renda oriunda do desenvolvimento do ecoturismo.
O World Heritage Watch,uma das organizadoras do seminário, é uma ONG com sede em Berlim, Alemanha, que se dedica a acompanhar a situação dos sítios do Patrimônio Mundial visando garantir sua verdadeira proteção. Trabalhando em colaboração com o IEA-USP desde 2021. Maritta Koch-Weser, presidente do World Heritage Watch internacional, e José Pedro de Oliveira Costa, representante dessa ONG para o Brasil, são dois dos palestrantes.
Para a diretora executiva da Rede Pró UC, Angela Kuczach, “ser listada como sítio do Patrimônio Mundial leva uma área a um novo patamar internacionalmente. Além do interesse que cresce na área do turismo, aumenta também a responsabilidade de manter esta área protegida e defendê-la de ameaças”.
No momento, sete maravilhas naturais estão na lista tentativa brasileira do Patrimônio Mundial, que é um primeiro passo para que possam ser reconhecidos como tal: a Serra da Capivara (PI), o Parque Nacional de Itatiaia (RJ), Raso da Catarina (BA), Cavernas de Peruaçu (MG), os banhados do Taim (RS), os Lençóis Maranhenses (MA) e a Serra do Divisor (AC). Destas, pelas regras existentes, apenas uma poderá ser indicada pelo governo brasileiro, por meio do Itamaraty, para ser encaminhada à UNESCO. A proposta do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses já está pronta e o governo brasileiro tem até dia 31 de janeiro para entregar à UNESCO.
Seminário: 50 anos da Convenção do Patrimônio Mundial
23 de janeiro
Online, gratuito: http://www.iea.usp.br/aovivo
Programação:
14h: Abertura: Roseli de Deus Lopes (Vice-Diretora do IEA/USP)
14h10: Fabio Feldmann (Deputado Constituinte e Consultor)
14h20: Maritta Koch-Weser (Presidente do World Heritage Watch e pesquisadora do IEA/USP)
14h30: Cecília Londres (Especialista em Patrimônio Mundial Cultural e Imaterial e Conselheira do IPHAN)
14h50: José Pedro de Oliveira Costa (Especialista em Patrimônio Mundial Natural e pesquisador do IEA/USP)
15h10: Angela Kuczach (Diretora da Rede Pró-Unidades de Conservação)
15h20: Debate
16h: Encerramento
Transmissão gratuita e ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo
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