Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #21
26 de fevereiro de 2023
A esperança de uma gestão ambiental positiva foi renovada em 2022, com a vitória de Lula (PT) para presidente. As rápidas medidas de proteção socioambiental, lideradas especialmente pelas ministras Marina Silva e Sonia Guajajara, respectivamente do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas e dos Povos Originários, no entanto, não repercutiram em âmbito estadual, e 2023 começou navegando nas mesmas velhas águas do desenvolvimentismo. A eleição de Jerônimo Rodrigues, o primeiro governador autodeclarado indígena do país e que imprime o quinto mandato petista seguido na Bahia, ainda não deu sinais de que irá modificar o padrão insustentável da gestão ambiental que arrasa os biomas baianos, especialmente Cerrado e Mata Atlântica. No entanto, a bandeira vermelha não fez nenhuma diferença para a proteção do verde em qualquer um dos cantos do estado. A reportagem de Fernanda Couzemenco revela a pressão de comunidades tradicionais e entidades ambientalistas para que o governador Jerônimo cesse o padrão de gestão insustentável de seus antecessores e se alinhe ao novo governo.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, definiu que a escolha do novo presidente do órgão que gerencia as unidades de conservação do Brasil, o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), se dará a partir de uma lista tríplice. O processo de seleção começou na quarta-feira (22), com a instituição de um Comitê de Busca, formado por personalidades do setor ambiental. Cristiane Prizibisczki traz os nomes dos integrantes do Comitê de Busca.
Há 13 anos exercendo a função de analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Acre, Flúvio Mascarenhas foi perseguido pelos superiores, demitido duas vezes da chefia da Reserva Extrativista Chico Mendes — uma delas diretamente por Ricardo Salles — e também ameaçado de morte por infratores ambientais insatisfeitos com o seu trabalho, numa das unidades de conservação da Amazônia mais desmatada no período 2019-2022. Ele pode ser definido como uma das melhores personificações do que foi a vida dos servidores ambientais durante os quatro anos do governo Jair Bolsonaro (PL). Após quatro anos de anonimato e falando sempre em off com jornalistas, enfim Flúvio se sente à vontade e seguro para mostrar a cara e conversar com Fabio Pontes, em Rio Branco: ele faz uma análise do que foi ser um servidor ambiental no Brasil durante o governo Bolsonaro, e o que espera, agora, com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.
Boa leitura.
Redação ((o))eco