As fake news têm o poder de influenciar drasticamente a percepção pública sobre qualquer tema, incluindo questões sociais e ambientais. No contexto da crise climática e da crescente urgência por ações sustentáveis, as fake news, muitas vezes disfarçadas de memes, representam uma séria ameaça ao meio ambiente. Distorcendo ou ridicularizando fatos científicos, elas desinformam as pessoas e impactam negativamente no apoio às políticas necessárias para proteger o nosso planeta.
Fake News é um termo que não está completamente consolidado, o que se tem já reconhecido é que não se trata de algo novo. Elas apenas ganharam, juntos às mídias sociais, um local propício para criação, disseminação e consumo. Por enquanto, Fake News acaba sendo um termo “guarda-chuva” que abarca conteúdo enganoso, manipulado, descontextualizado, fabricado.
Na academia, um dos temas mais debatidos é a capacidade de um conteúdo enganar quando o formato vem embalado como notícia. Porém, a controvérsia se instala quando o conteúdo está em formato de paródias ou sátiras e se deveriam ser rotuladas como Fake News. Alguns argumentam que seu caráter cômico as isentam de intenção enganosa, mas a realidade mostra que até mesmo conteúdos humorísticos, como o infame “KitGay” e a farsa da “mamadeira de piroca”, podem iludir muitos. Em uma era digital marcada pelo consumo rápido e fragmentado, distinguir entre fato e ficção torna-se ainda mais desafiador.
Já quanto ao segundo aspecto, a realidade brasileira apresenta suas próprias nuances. Muitas das desinformações encontradas não se apresentam como notícias tradicionais de jornal, mas sim como textos extensos em redes sociais, vídeos engraçados e colagens humorísticas. Esses conteúdos não seguem o padrão clássico de um jornalismo formal, mas sim a estética dos memes, frequentemente com uso elementos gráficos peculiares. Esse aspecto memético da desinformação no Brasil mostra que reduzir o problema a uma questão puramente jornalística seria simplificar demais a complexidade do fenômeno.
Em suma, a desinformação não se limita a imitações de notícias, mas se adapta aos contextos locais e aos formatos digitais dominantes, refletindo uma dinâmica multifacetada e muitas vezes humorística da disseminação de informação falsa. No campo ambiental, essa peculiaridade se manifesta de forma intensa, já que o humor é frequentemente usado para ridicularizar ou minimizar questões sérias. Por exemplo, memes afirmando que a Amazônia não pode queimar porque “a floresta é úmida” foram amplamente compartilhados, subestimando a gravidade das queimadas. Também são comuns os memes que atacam comunidades indígenas, afirmando que elas são responsáveis pelo desmatamento.
Quando a desinformação ambiental no Brasil assume a forma memética e humorística, isso dificulta ainda mais a identificação e o combate a essas falsas narrativas. Sobre os dois pontos que trouxemos é válido pontuar que estamos entre os países que têm a menor capacidade em identificar um conteúdo falso. Um estudo da OECD (2024a) mostra que Brasil e Colômbia são os países com menor desempenho do teste que visa registrar a habilidade em reconhecer notícias como falsas ou verdadeiras. Isso nos mostra justamente que nós, população brasileira, temos dificuldade em dizer se um conteúdo é falso. Para além disso, somos um país recheado de pegadinhas e memes! Se a Fake News funciona melhor quando envolve as emoções, o meme é terreno fértil para disseminá-la.
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Cabe comentar que a desinformaçlão tambem vem atraves de Doutores, Mestres e Catedraticos da area ambiental que, buscando impor seus objetivos tidos como “nobres” publicam como verdades cientificas, informações e diagnosticos baseados em percepção e puro “achismo” sem qualquer base cientifica aprofundada.