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Contradições econômicas brasileiras
Nesta semana começou em Cuiabá um encontro promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. A primeira palestra foi emblemática. O tema era “Serviços macrossistêmicos da Amazônia brasileira: visão sob a ótica da escala da Economia Ecológica”. Se o título parece complicado, o ponto de partida não conseguiu fugir às contradições governistas. Baseado nos estudos que provam a efemeridade da economia do desmatamento da Amazônia, em comparação a ganhos de mais longo prazo mais respeitosos à biodiversidade e ao futuro do clima, o oceanógrafo Wilson Cabral, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), foi pragmático. “Nossas ações são contraditórias. O governo inventa uma suposta ‘BR-163 sustentável’ de um lado e do outro insere no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) o asfaltamento da estrada que liga o arco do desmatamento ao centro preservado da Amazônia, a BR-319. O governo cria diversas unidades de conservação no primeiro mandato, e no segundo aprova a lei que legaliza a grilagem na Amazônia”, diz o especialista. Não há economia alternativa que conserte o estrago.