O governo promete editar nos próximos dias uma medida provisória para encaminhar uma “solução” sobre o impasse envolvendo o destino da floresta nacional do Bom Futuro, em Rondônia. A idéia é ceder 140 mil hectares de sua área (quase 57%), pouco menos que o anunciado por O Eco em outubro passado, e engrossar em 240 mil hectares os limites do parque nacional do Mapinguari e a estação ecológica Cuniã, ambos no sul Amazonas, na área da BR-319.
Reduzir unidades de conservação requer sinal verde do Congresso, enquanto ampliações podem ocorrer via decreto. Jogar ambas as ações em uma medida provisória que precisará de votação parlamentar pode ter efeitos adversos sobre o futuro daquelas áreas.
O encolhimento de Bom Futuro está ligado a pressões do governo de Rondônia envolvendo o licenciamento da hidrelétrica de Jirau. Na unidade de conservação federal há cerca de 3,5 mil famílias, criação de gado e muita degradação. O governo deve ceder as áreas menos interessantes do ponto de vista ecológico ao governo de Rondônia, que chegou a propor a troca da área da floresta nacional por uma área protegida estadual.
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