Brasília – Atuantes no Pantanal, as ONGs Ecoa-Ecologia e Ação, Conservação Internacional (CI)-Brasil, Fundação AVINA, Instituto SOS Pantanal e WWF-Brasil, em consórcio, realizaram estudo que mostra o bioma bem preservado, mas vulnerável, principalmente em razão dos impactos ocorridos na parte alta da Bacia do Alto Paraguai (BAP). Com base nas mudanças de cobertura vegetal e uso do solo ocorridas no período de 2002 a 2008, os resultados revelam que, enquanto a planície inundável mantém 86,6% da sua cobertura vegetal natural, no planalto, apenas 43,5% da área possui vegetação nativa.
O diagnóstico, denominado Monitoramento das Alterações da Cobertura Vegetal e Uso do Solo na Bacia Alto Paraguai, também registrou um percentual maior de desmatamento no planalto. De 2002 a 2008, o lado brasileiro da BAP, onde está o Pantanal, teve uma perda de 4% de sua vegetação natural, contra 2,4% da planície.
Os dados de 2008 também mostram que a pecuária é a atividade humana mais representativa na região, respondendo por 11,1% da área da planície e por 43,5% da área do planalto. A agricultura, que ocorre em apenas 0,3% da planície, ocupa 9,9% do planalto.
O estudo contou com o apoio técnico das instituições parceiras, da Embrapa Pantanal, da SOS Mata Atlântica e da ArcPlan, empresa executora. As bases iniciais foram os dados do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira (Probio), do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O trabalho envolveu a análise de mapas existentes e de novas imagens de satélite, além de visitas de campo e entrevistas com especialistas da área.
As instituições que realizaram o estudo esperam que ele seja aproveitado como base para uma discussão nacional sobre uma política para o Pantanal que considere também o planalto que o circunda. O estudo foi entregue por representantes das ONGs ao governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, na quarta-feira, 26. De acordo com o WWF-Brasil, o governador afirmou que o estudo será muito útil ao governo, uma vez que traz novos elementos para conhecimento e melhoramento das ações de conservação. Os resultados do projeto também serão disponibilizados às instituições governamentais, no âmbito federal, estadual e municipal, às ONGs e instituições acadêmicas e de pesquisa atuantes na região.
Baixe aqui o estudo completo sobre a Bacia do Alto Paraguai
(Nathalia Clark)
Leia também
Número de portos no Tapajós dobrou em 10 anos sob suspeitas de irregularidades no licenciamento
Estudo realizado pela organização Terra de Direitos revela que, dos 27 portos em operação no Tapajós, apenas cinco possuem a documentação completa do processo de licenciamento ambiental. →
Protocolo estabelece compromissos para criação de gado no Cerrado
Iniciativa já conta com adesão dos três maiores frigoríficos no Brasil, além de gigantes do varejo como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour Brasil e McDonalds →
Com quase 50 dias de atraso, Comissão de Meio Ambiente da Câmara volta a funcionar
Colegiado será presidido pelo deputado Rafael Prudente (MDB-DF), escolhido após longa indefinição do MDB; Comissão de Desenvolvimento Urbano também elege presidente →