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Compromisso empresarial a desejar

Empresas brasileiras mostram pouco progresso na redução e controle de gases estufa. Segundo relatório, Petrobras e Itaú tiveram os piores desempenhos. Baixe o estudo.

Redação ((o))eco ·
21 de setembro de 2010 · 15 anos atrás
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A organização Carbon Disclosure Project (CDP), ONG que representa 534 grandes investidores, lançou mais um relatório para avaliar as ações climáticas das 500 maiores empresas do mundo, por meio de questionários sobre uma série de questões relativas ao funcionamento das companhias, como emissões de gases estufa, por exemplo.  Pela primeira vez consta no estudo um índice de desempenho, que mede a adoção de metas, o diálogo com tomadores de decisão de políticas públicas e inovações ambientais pelas empresas.

O relatório mostrou um aumento no interesse das empresas em reportar suas emissões, 5% a mais de respostas em relação a 2008. Duzentas e cinquenta e sete empresas (21% do total) declararam metas de redução das emissões, um aumento de 10% em relação ao ano passado. Segundo a CDP, abriu-se um mercado de vantagens para empresas interessadas em combater as mudanças climáticas, como ganhos de marketing, eficiência e antecipação de regulamentações futuras.

Nesse ano o questionário foi mandado a sete empresas brasileiras: Petrobras, AmBev, Vale, Itaú, Bradesco, Eletrobrás e Banco do Brasil.  Todas as empresas responderam ao questionário voluntariamente, mas o grau de transparência continuou baixo. O Brasil obteve 46 pontos na escala de 100, acima apenas de China, Taiwan e Cingapura. Das sete empresas brasileiras, as com pior desempenho foram a Petrobras e o Banco Itaú, com 44 pontos. A Vale teve 74 pontos, média superior a de países como a Dinamarca.

Mercados emergentes, de países como China e Brasil, ainda não possuem obrigação de reportar ou controlar suas emissões de gases estufas, por estarem isentos das metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto, o que não aumenta o estímulo das empresas na minimização das mudanças climáticas. Logo, a pontuação de 38 pontos no índice de desempenho é também um ponto fraco das grandes empresas brasileiras, que encontram-se abaixo das indianas nesse quesito. Ainda falta muito para que o Brasil atinja o nível de redução e controle dos países europeus, pois as empresas, que se declaram extremamente preocupadas com as questões das mudanças climáticas, têm realizado muito pouco para contabilizar e reduzir suas emissões de gás carbônico.

Veja a pontuação de outras grandes empresas internacionais pela escala do relatório Global 500:


Baixe aqui o relatório Global 500 de 2010
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