Salada Verde

Obstáculos para usina de cogeração de energia

Prefeitura de Cabo, cidade vizinha à Recife, barra projeto que gerará energia com a queima de resíduos sólidos. Empreendedores buscam novo local. 

Redação ((o))eco ·
16 de dezembro de 2010 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Modelo da planta de co-geração com resíduos sólidos (foto: divulgação)
Modelo da planta de co-geração com resíduos sólidos (foto: divulgação)

Recife – Um projeto polêmico para o tratamento do lixo produzido no Recife ganhou novo revés. A ideia dos executivos do consórcio Recife Energia é criar uma usina de cogeração de energia e de vapor a partir do uso dos resíduos sólidos como combustível. Nem bem saiu do papel ou recebeu a chancela da agência de meio ambiente de Pernambuco, o empreendimento se tornou alvo de defensores de uma reserva de Mata Atlântica, entrou na mira do Ministério Público estadual e, por fim, ganhou um veto da Prefeitura do Cabo – que tornou pública sua decisão de não conceder licença para o funcionamento da usina.

A história, ainda sem fim, começou com o anúncio, pela Prefeitura do Recife, do pré-acordo feito com a Recife Energia para o recebimento das 1.350 toneladas diárias de resíduos sólidos que a cidade produz. Com o lixo, a unidade 1 da Recife Energia iria separar a parte orgânica, possibilitar, em esteiras, que os catadores selecionassem o que fosse reciclável e retirar o lixo que pudesse ser tóxico (como pilhas e canos em PVC). O volume orgânico seria matéria prima de biogestores que transformariam o lixo em gás natural e fertilizante. O problema estava no local onde seria instalada da unidade 1: em parte de uma reserva de Mata Atlântica, a Mata do Engenho Uchoa.

A parte não orgânica, não tóxica e nem reciclável seria transformada em combustível para a usina de cogeração de energia e vapor no município do Cabo de Santo Agostinho. O Cabo é também a cidade onde está parte do Complexo Industrial e Portuário de Suape. O porto e seu entorno industrial está em parte no Cabo e em parte no município de Ipojuca. A prefeitura do Cabo negou licenciamento para a unidade 2 do Recife Energia alegando que o movimento de veículos está saturado.

Parte da viabilidade econômica do empreendimento está em vender o vapor que será gerado na usina para uma das várias indústrias instaladas em Suape. Com o veto da prefeitura do Cabo, executivos da Recife Energia procuram, agora, um novo local para a instalação da unidade 2. (Celso Calheiros)

Leia mais
Incineração gera polêmica em Recife

Leia também

Reportagens
4 de outubro de 2024

Candidatos nas campeãs de desmatamento na Amazônia acumulam irregularidades ambientais

Levantamento exclusivo mostra que 63 candidatos-fazendeiros têm problemas em suas propriedades. Em São Félix do Xingu (PA), prefeito condenado por mentir para atrapalhar desintrusão de terra indígena tenta se reeleger

Colunas
4 de outubro de 2024

Amazônia branca: sem proteger a Antártida, adeus clima

Itamaraty precisa fortalecer o papel do Brasil na proteção da Antártida e mandar delegação qualificada para a reunião da Convenção para os Recursos Vivos Marinhos Antárticos

Salada Verde
4 de outubro de 2024

Extrema direita pode levar a Amazônia ao ponto de não retorno, dizem pesquisadores

Artigo assinado por 14 pesquisadores de diferentes instituições alerta para perigo da eleição de políticos de extrema direita em municípios com grande desmatamento

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.