Fotografia

Cláudio Bellini e os cascos do Ofício

As tartarugas e golfinhos de Fernando de Noronha estão na seção de fotos. Os registros são de Cláudio Bellini, coordenador do Projeto Tamar na ilha e ex-chefe do parque.

Carlos Secchin ·
16 de setembro de 2005 · 19 anos atrás

O oceanógrafo Cláudio Bellini coordena o Projeto TAMAR no Parque Nacional de Fernando de Noronha e usa a fotografia como ferramenta de identificação e de classificação das tartarugas marinhas. Antes da era digital, ele sofria para revelar as fotos numa ilha a 500km do continente. Quem trabalhou com o filme considerado até há pouco como o melhor de todos os tempos, o diapositivo Kodachrome, lembra bem da aflição da espera do seu retorno do laboratório. A revelação mais próxima era no Panamá e demorava cerca de 30 dias para se receber o resultado. Até recentemente, era assim também com qualquer marca de filme em Fernando de Noronha. Ele era despachado para o continente, onde era processado e voltava à ilha pelas mãos de um portador.

Hoje não mais. O sistema digital passou a dominar o mercado em locais onde não há processamento de slides e resolveu o problema mais crucial de todos: o de checar e garantir o resultado daquilo que é retratado in loco. Com a adoção do sistema de filmadoras e de câmeras digitais, Claudio ampliou a capacidade de armazenagem de seus computadores e eliminou de sua rotina a espera angustiante no aeroporto de Noronha por filmes revelados.

O sistema digital também facilitou a organização de arquivos e agilizou a disponibilidade na rede das imagens que divulgam projetos do TAMAR e ajudam a Fundação Pró TAMAR a captar recursos para as diversas atividades realizadas pelo Brasil. Agora, Claudio pode, na protegida baía do Sueste, em menos de uma hora, escolher os seus quelônios, fotografá-los contra fundos, tons de água, profundidades e comportamentos diversos, descarregar e selecionar imagens no computador e oferecê-las ao resto do mundo. Para O Eco, Claudio selecionou alguns trunfos e nos enviou imagens de suas longevas tartarugas e afins.

  • Carlos Secchin

    Carlos Secchin é engenheiro e fotógrafo, Carioca, vive no Cerrado onde se dedica a conservar uma pequena porção deste rico bi...

Leia também

Salada Verde
17 de maio de 2024

Avistar celebra os 50 anos da observação de aves no Brasil

17º Encontro Brasileiro de Observação de aves acontece este final de semana na capital paulista com rica programação para todos os públicos

Reportagens
17 de maio de 2024

Tragédia sulista é também ecológica

A enxurrada tragou imóveis, equipamentos e estradas em áreas protegidas e ampliou risco de animais e plantas serem extintos

Notícias
17 de maio de 2024

Bugios seguem morrendo devido à falta de medidas de proteção da CEEE Equatorial

Local onde animais vivem sofre com as enchentes, mas isso não afeta os primatas, que vivem nos topos das árvores. Alagamento adiará implementação de medidas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.