Foto: Pedro da Cunha e Menezes |
Recentemente sofri um grave acidente. Fraturei a bacia, achatei duas vértebras, quebrei três dentes e fiquei dois meses fora de combate, de molho na cama. Quando pude andar pela primeira vez, viajei imediatamente ao Rio de Janeiro para fazer um tratamento dentário e iniciar exercícios de fisioterapia.
De volta à Lisboa e já inteiramente recuperado, verifiquei que, assim como eu, a cidade está passando por um processo de recauchutagem. Novos 40 quilômetros de ciclovias estão sendo somados à malha cicloviária da capital portuguesa.
É um colírio para os olhos ver faixas vermelhas, completamente dedicadas ao trânsito de bicicletas, aparecerem em toda parte. Melhor do que isso é constatar que as novas ciclovias não são aleatórias. Pelo contrário, sua instalação obedece à lógica de interligar trechos já existentes e de atender ao fluxo de pedais jovens que se deslocam sobretudo para universidades, escolas e parques.
Um exemplo excelente do que escrevo é a construção de trechos visando a ligação entre o Cais do Sodré e a Praia do Guincho, cobrindo toda a orla fluvial e marítima da Grande Lisboa. Outro exemplo é o estabelecimento da conexão entre as ciclovias já existentes no Parque das Nações e o bairro de Telheiras. Dá gosto ver.
Bem que algumas cidades brasileiras podiam se aproveitar da moldura institucional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e pedir assistência técnica à Prefeitura Lisboa. Nós que pedalamos ficaríamos extremamente agradecidos.
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