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CBUC 2015: A importância de contar bem uma história

Fazer as pessoas se importarem. Esse foi o tema da palestra mais concorrida do dia no VIII CBUC, a do cineasta Fernando Meirelles.

Daniele Bragança ·
25 de setembro de 2015 · 9 anos atrás
Um dos destaques do dia foi a apresentação do aplicativo Urubu Mobile, que permite a qualquer pessoa registrar animais atropelados. Foto: Paulo André Vieira.
Um dos destaques do dia foi a apresentação do aplicativo Urubu Mobile, que permite a qualquer pessoa registrar animais atropelados. Foto: Paulo André Vieira.

“Cientista é um bicho louco. Eu não tenho nada contra a racionalidade, mas o que transforma é o recado emocional. O recado que fica é aquele que mexe com o corpo, com o coração, disse o cineasta Fernando Meirelles, nesta quinta-feira, 24, para uma plateia lotada de cientistas e funcionários de órgãos ambientais. A crítica à falta de habilidade dos especialistas em expressar ao público suas ideias foi o mote de Meirelles para dar dicas de como diretores de cinema e escritores envolvem o público contando estórias, com personagens fortes que sofrem e superam obstáculos até atingir seus objetivos. Desde os gregos, a forma de contar boas estórias é conhecida, mas não chegou ainda na comunicação dos problemas ambientais, provocou Meirelles.

A segunda grande Conferência do dia foi do Biólogo Russel Mittermeier. Russel, que já foi nomeado pela revista Time como um dos 50 ‘heróis do planeta’ , hoje é vice-presidente executivo da ONG Conservação Internacional. Ele falou da sua experiência com o estudo de primatas.

As novidades tecnológicas estiveram entre os destaques do dia. O biólogo Alex Bager falou sobre como o aplicativo Urubu Mobile, que permite a qualquer pessoa registrar animais atropelados. O tema é importante, pois o número de atropelamentos de animais selvagens vertebrados no Brasil chega a casa de milhões por ano. O aplicativo Urubu mobile ajuda a reunir dados para entender essa tragédia pouco conhecida do público.

Tomás Nora, engenheiro do Google, falou sobre Street View e o trabalho de mapeamento das trilhas das unidades de conservação federais. O ICMBio e o Google fizeram uma parceria para mapear e permitir a visualização de caminhos dentro dos parques. Nora descreveu como funciona o equipamento do projeto, uma mochila que pesa aproximadamente 20 kg, equipada com 15 câmeras. E disse que ela está disponível para organizações sem fins lucrativos, universidades e pesquisadores que queiram mapear áreas protegidas em lugares de difícil acesso.

Na mini-arena do CBUC, foi lançada a Coalização Pró-UCs, uma aliança de ONGs ambientais com o objetivo de divulgar ao público a importância das áreas protegidas e de se contrapor aos lobbies políticos que querem enfraquecer a legislação ambiental que as resguarda. A Coalização Pró-UCs é formada por ONGs, entre elas a Rede Pró-UCs, a SOS Mata Atlântica e o Instituto Semeia. O primeiro movimento do grupo é a campanha nacional #UnidosConservamos. Durante a tarde, os simpósios divididos por eixos temáticos receberam os colunistas de ((o))eco, Pedro Menezes e Fábio Olmos.

Confira abaixo a vídeo reportagem sobre esta quinta-feira.

*Participam da cobertura do VIII CBUC os jornalistas: Eduardo Pegurier, Uanilla Pivetta, Daniele Bragança e o repórter cinematográfico Marcio Isensee e Sá a convite da Fundação Grupo Boticário.

 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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