Os humanos estão ingerindo plásticos sem sequer se dar conta, segundo um estudo apresentado na segunda-feira (22), no 26º Congresso Europeu de Gastroenterologia, em Viena. Os pesquisadores da Universidade de Medicina de Viena e da Agência Ambiental da Áustria informaram que pelo menos nove tipos diferentes de plásticos foram encontrados em fezes humanas.
O teste realizado pelos pesquisadores foi relativamente simples: um grupo de 8 pessoas, sendo 5 mulheres e 3 homens, de 8 países diferentes (Finlândia, Itália, Japão, Holanda, Polônia, Rússia, Reino Unido e Áustria) mantiveram um diário com informações de tudo o que eles comiam durante uma semana. Após isso, os participantes fizeram exames de fezes, que detectaram a presença de micropartículas de plásticos na alimentação.
Nenhum dos voluntários da experiência — todos adultos com idade entre 33 e 65 anos –, é vegetariano. Embora mantenham uma dieta diversificada, envolvendo carnes, frangos, legumes, frutas e peixes, não foi anotado derivado do petróleo como item para a alimentação do dia. Mesmo assim, o exame detectou a presença de microplástico nas fezes.
Como explicar isso?
Para os pesquisadores da Universidade de Medicina de Viena e da Agência Ambiental da Áustria, estas micropartículas infestaram a cadeia alimentar. Estudos anteriores também encontraram plásticos nos intestinos dos peixes. Restava saber se o nosso também havia sido atingido. Agora se tem certeza.
Ainda não é possível saber se a presença do microplástico em humanos é resultado da nossa dieta carnívora. “Devido ao pequeno número de voluntários, não podemos estabelecer uma conexão confiável entre o comportamento nutricional e a exposição a microplásticos”, explica um dos autores do estudo, Philipp Schwabl, da Divisão de Gastroenterologia e Hepatologia da Medical University of Vienna, “os efeitos das partículas microplásticas encontradas no organismo humano – em particular no trato digestivo – só podem ser investigados no contexto de um estudo maior ”, afirma o cientista.
Os pesquisadores alertam para o rápido crescimento da produção de plástico no mundo. São 400 milhões de toneladas por ano. Estima-se que dois a cinco por cento dos plásticos produzidos vão parar no mar, onde esse lixo é absorvido por animais marinhos até chegarem à cadeia alimentar. Os pesquisadores atentam também para a probabilidade de que os alimentos entrem em contato com plásticos durante o seu processamento ou através das embalagens.
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A grande problemática do plastico é o seu descarte recorrente, a sociedade precisa se desvincular desse material e cobrar por materiais reutilizáveis. Quando se avalia o plástico, observamos que é um material que está causando grandes catástrofes no meio ambiente, pois todos os dias milhões de microplásticos estão sendo digeridos pelos animais marinhos!
Bom dia.
Se já existe micro organismo que digere petróleo in natura nos oceanos, porque não liberam micro organismos nos oceanos para digerir este plástico residual . Tecnologia existe, basta vontade dos governos.