Salada Verde

Sobrecarga da Terra 2019: o planeta acaba de entrar no cheque especial

Cinco meses antes do fim do ano, o mundo já utilizou todos os estoques de recursos naturais acima da capacidade de regeneração do planeta

Daniele Bragança ·
29 de julho de 2019 · 5 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
O Dia da Sobrecarga nos lembra que estamos usando mais recursos e produzindo mais carbono do que o planeta é capaz de suportar. Na imagem, a Terra vista da Estação Internacional. Foto: Nasa.

A conta da humanidade com a Terra entra no vermelho a partir de hoje, 29 de julho. Alcançamos nesta data ‒ a mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970, o Dia de Sobrecarga da Terra (Overshoot Day, em inglês), quando a humanidade já extrapolou o limite da terra, pois a demanda de consumo sobre os recursos naturais continua maior do que a capacidade de regeneração do planeta.

O dia da sobrecarga é medido desde 1970 e aparece no calendário cada vez mais cedo. Há 20 anos, essa data caiu em 29 de setembro; dez anos atrás, em 18 de agosto. Ano passado caiu no dia 01 de agosto e chegou agora em julho. A demanda por recursos continua crescendo em um planeta finito. A conta não fecha.

Calma que piora. Até 2030 a projeção é que precisaremos de 2 Terras para manter o padrão de consumo atual.

Como é feito o cálculo

A Global Footprint Network calcula o Dia da Sobrecarga da Terra todos os anos usando o cálculo de Pegada Ecológica, que inclui todas as diferentes demandas sobre a natureza, como a de alimentos, madeira e fibras (algodão); absorção de emissões de carbono da queima de combustíveis fósseis; além de construções, estradas e demais infraestruturas.

O cálculo também é feito para os países: é quando o Dia da Sobrecarga da Terra cairia se toda a humanidade consumisse como as pessoas daquela nação. No caso do Brasil, a data cai dois dias depois, em 31 de julho.

“Há uma percepção equivocada, compartilhada por alguns, de que o Brasil é país que mais preserva o ambiente no Planeta e que não teríamos qualquer problema nesse aspecto. No entanto, vamos entrar no cheque especial dos recursos naturais praticamente junto com o restante do Planeta. Temos muito o que fazer, a começar por implementar com mais rigor as regras de proteção ambiental que construímos ao longo das últimas décadas, as quais ainda são muito frequentemente deixadas de lado”, alerta Raul do Valle, do WWF-Brasil, rede parceira da Global Footprint Network.

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 5

  1. Anna diz:

    Queria poder sair por aí fezendo o possível e o impossível para salvar nosso planeta, porém além de eu ser de menor, eu precisaria da ajuda de todos os seres humanos…


  2. professor diz:

    tudo calunia, terra ta acabando nada não!


  3. Gui diz:

    Deixem de ser ignorantes !! Assim a China já tinha acabado faz tempo 😢 Vão incomodar o povo daquele lado do mundo…


  4. holanda diz:

  5. Flávio diz:

    Uma pena que uma questão tão relevante se preste ao ecoterrorismo apocaliptico miilitante. O fato é que a metodologia falha por que não espelha de fato o que é a capacidade de suporte do planeta porque é incapaz de determinar e estabelecer um ponto de equilibrio que necessariamente impactaria o volume da população e consequentemente seu padrão de consumo que depende tanto da acessibilidade economica quanto do desenvolvimento tecnológico para estabelecer produtos que se alteram e desenvolvem ao longo do tempo.
    Neste sentido, sem combinar com chineses, indianos e muçulmanos, o impacto da autocensura e suicidio demográfico recai sobre a sociedade ocidental através da reengenharia social de destruição da familia e da identidade de gênero e população negra, principal alvo do genocídio via aborto, como se observa na America do Norte, Europa e Africa.
    Resumindo: Ignore o apocalipse politicamente correto.