Salada Verde

Caça ilegal de elefantes tem declínio, em 2016, no leste africano

Relatório da CITES afirma também que apreensão de marfim ilegal registrou o seu maior número. Porém, população de elefantes tem declínio de 111 mil em dez anos

Sabrina Rodrigues ·
25 de outubro de 2017 · 7 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
A caça furtiva diminuiu pelo quinto ano consecutivo, porém o número de elefantes teve uma diminuição de 111 mil em dez anos. Foto: Brian Rhalps/Flickr.
A caça furtiva diminuiu pelo quinto ano consecutivo, porém o número de elefantes teve uma diminuição de 111 mil em dez anos. Foto: Brian Rhalps/Flickr.

 

A caça ilegal de elefantes diminuiu pelo quinto ano consecutivo no leste da África e o número de apreensões de marfim comercializado ilegalmente registrou o seu maior nível em 2016. Esses bons resultados constam no relatório Status of Elephant Populations, Levels of Illegal Killing and the Trade In Ivory: A Report To The Cites Standing Committee divulgado, na terça-feira (24), pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites).

O documento baseia-se em dados dos novos relatórios do Programa CITES MIKE (Monitoramento de Matança Ilegal de Elefantes) e do Sistema de Informações Comerciais de Elefantes (ETIS), além das atualizações sobre o estado de conservação de elefantes fornecidas pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Esses dados serão discutidos na 69ª reunião do Comitê Permanente da CITES, que ocorrerá no mês que vem.

O número de registros de carcaça de elefantes na Tanzânia, por exemplo, caiu 55% em 2016 em relação a 2015, mesmo resultado foi encontrado no Quênia.

Aumento no combate à caça ilegal

O relatório informa que 2016 foi o ano com maior número de apreensões de marfim ilegal, com cerca de 40 toneladas de marfim confiscados. O total do marfim apreendido no comércio ilegal é agora quase três vezes maior do que o observado em 2007.

“O aumento das apreensões de marfim negociado ilegalmente, em 2016, também pode ser uma indicação de que o tráfico de marfim tem sido influenciado pela perspectiva de maiores controles, iminente proibição doméstica em vários países e a antecipação da queda contínua do preço”, explica John E. Scanlon, secretário-geral da CITES.

O documento revelou que a população de elefantes da África viveu os piores declínios em 25 anos, principalmente devido à caça furtiva nos últimos dez anos. O declínio foi de 111 mil em uma década.

“A África Oriental foi gravemente afetada pelo aumento da caça furtiva nos últimos dez anos e experimentou uma redução de quase 50% na população de elefantes”, disse Scanlon. “No entanto, houve um declínio constante nos níveis de caça furtiva desde o seu pico em 2011, e a análise de 2016 conclui que as tendências gerais de caça furtiva agora caíram para os níveis anteriores a 2008. Isso nos mostra que é possível através de esforços contínuos e coletivos, juntamente com um forte apoio político, reduzir essa demanda”.

 

Saiba Mais
Relatório Status of Elephant Populations, Levels of Illegal Killing and the Trade In Ivory: A Report To The Cites Standing Committee

 

Leia Também

http://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/hong-kong-quer-acabar-com-o-comercio-de-marfim/

http://www.oeco.org.br/blogs/salada-verde/china-decide-proibir-comercio-de-marfim-em-2017/

http://www.oeco.org.br/colunas/the-guardian-environment-network/27288-demanda-por-marfim-esta-desestabilizando-a-africa-central/

  • Sabrina Rodrigues

    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

Leia também

Reportagens
20 de junho de 2013

Demanda por marfim está desestabilizando a África Central

A caça maciça de elefantes feita através de fronteiras por grupos violentos está levando os países da região a organizarem uma reação.

Salada Verde
2 de janeiro de 2017

China decide proibir comércio de marfim em 2017

Com a medida, o país visa proteger os elefantes. Anúncio foi comemorado pelos ambientalistas, que destacaram a decisão como histórica

Notícias
14 de novembro de 2024

Sombra de conflitos armados se avizinha da COP29 e ameaça negociações

Manifestantes ucranianos são impedidos de usar bandeira de organização ambientalista por não estar em inglês

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. paulo diz:

    Muito bom sabermos destes números. Esta é o fato de que, com fiscalização e boa vontade conseguimos reverter os extermínios e extinções.

    Bom exemplo para o Brasil e Santa Catarina seguirem. Vontade de trabalhar, principalmente dos políticos com suas canetas recheadas de dinheiro.