Perdida
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, às vésperas de sua partida para Buenos Aires, ainda consultava gente ligada à área ambiental tentando descobrir o que iria dizer na Conferência. →
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, às vésperas de sua partida para Buenos Aires, ainda consultava gente ligada à área ambiental tentando descobrir o que iria dizer na Conferência. →
A decisão final sobre o mosaico de Unidades de Conservação do Sul do Amazonas sai antes do Natal. A reunião da última segunda-feira em Manaus entre o Ibama e o Governo do Amazonas selou acordo sobre os limites das Unidades que comporão o mosaico. O Parque de Juruena cresceu. A Floresta Estadual diminuiu. Falta definir se o Parque terá controle estadual ou federal. É coisa para a próxima semana. →
Não faltam fontes de informação para acompanhar à distância a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontece de 6 a 17 de dezembro em Buenos Aires. Uma boa dica é o Boletim de Negociações da Terra, resumo diário dos debates produzido por uma ONG canadense, publicado em inglês, francês e espanhol. Até o terceiro dia da Conferência, o Brasil apareceu pouco no boletim. A cientista Thelma Krug, do INPE, foi citada duas vezes como co-"chair" do grupo que discute projetos de florestamento e reflorestamento de pequena escala no quadro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A pesquisadora Branca Americano, por sua vez, foi destacada para fazer parte de um grupo de consultas informais sobre inventários nacionais de gases do efeito estufa. De resto, há uma referência no boletim de segunda-feira ao projeto NovaGerar, o primeiro no mundo a receber registro no MDL. E no boletim de hoje, quarta-feira, o Brasil aparece tentando ganhar mais tempo para considerar a questão das boas práticas nas áreas de uso do solo, mudanças no uso do solo e florestas (sensíveis para o Brasil, pois têm a ver com o desmatamento na Amazônia). Esse começo parece confirmar as piores suspeitas sobre os preparativos do governo brasileiro para a conferência. →
A reportagem do The New York Times avisa que num mundo cheio de baratas, criar baratas artificiais que contradiz o bom sendo. No entanto, é isso que equipe internacional de cientistas anda fazendo em laboratórios dos Estados Unidos e Europa. Um dos pesquisadores, José Halloy, da Universidade Livre de Bruxelas, explica que o objetivo não é desenvolver nova forma de exterminar baratas. Apenas entender como funciona sua inteligência coletiva. O estudo faz parte de um projeto para descobrir meios de manipular um grupo. Por enquanto, parece que só querem o conhecimento para aplicar em robôs usados em atividades humanas e grupos de animais. Os robôs pequeninos, que desempenham o papel de barata, infiltram-se no grupo emitindo uma essência de cheiro “baratoso”. São imediatamente aceitos e chegam até a virar o líder da turma. →
Os dois últimos relatórios da Comissão Presidencial de Bioética dos Estados Unidos – órgão que regula qualquer pesquisa com células tronco no país – parecem um filme de horror. Tecnicamente, a Comissão, dominada por conservadores apontados por George Bush, tem que achar uma maneira permitir pesquisa com células tronco e ao mesmo tempo agradar a ala mais à direita dos republicanos. Um dos textos, propõe que a solução é definir o momento em que um embrião morre. Evita-se o preceito religioso de que o direito à vida é sagrado e usa-se a doação de órgãos como exemplo a ser seguido. Depois da morte, não há nenhum mal em fazer a colheita para salvar vidas. Foi o que a Slate, onde está publicada esta reportagem, definiu como a idéia mais convencional. A segunda, é muito mais sofisticada, e aterrorizante. Baseia-se na tese de São Tomás de Aquino de que a vida está no todo. Ela defende que o gene de formação de um embrião seja desligado a uma certa altura de seu desenvolvimento, para que ele não seja mais do que isso, um amontoado de células-tronco. A técnica pode ser usada para clonar órgãos e membros, nos quais por sua vez poderão ser clonados outros órgãos e membros, não necessariamente onde crescem em seres humanos. O repórter viu uma fotografia de um tronco em cujas costas cresciam dentes. →
A Polícia Federal prendeu ontem 18 pessoas acusadas de fazerem parte de quadrilha que grilava terras no Pará. Entre elas estão 8 funcionários do Incra, um deles, José Roberto Faro, nada mais nada menos do que o superintendente do órgão no Pará. Dele, a PF diz ter provas que recebeu R$ 300 mil para facilitar a liberação de documentos para legalizar cerca de 500 mil hectares de terras da União – O Globo (gratuito, pede cadastro) diz que isso equivale a uma Brasília – em nome de terceiros. Faro chegou à chefia do órgão indicado pelos movimentos sociais que são a força do atual manda-chuva do Incra na capital federal, Miguel Rosseto. Ontem, ele passou o dia fechado em copas. Não quis falar sobre o assunto e soltou apenas nota exonerando Faro de seu cargo. →
Dependendo da perspectiva, o leilão de energia feito ontem em São Paulo sob a batuta pessoal da ministra Dilma Roussef pode ser qualificado tanto como um sucesso quanto como fracasso. O governo queria derrubar o preço da energia ofertada pelas geradoras. Conseguiu. Mas parece ter ido além da conta, diz o Valor (só para assinantes). O preço ficou barato demais e isto compromete investimentos futuros no setor. O mercado tratou de cair for a dele tão logo o leilão acabou. Os papéis das geradoras despencaram nas bolsas. →
A reportagem está no Financial Times (área gratuita) e conta que a polícia da Colômbia não tem mais dúvidas que os traficantes de cocaína aderiram à transgênia. Os agentes identificaram uma nova versão da planta de coca, base da droga, geneticamente modificada. Ela tem o dobro do tamanho da planta natural, produz 8 vezes e tem ainda outra vantagem: resistência à herbicidas. Eles vinham sendo a principal arma utilizada pelo governo do país para pelo menos atrapalhar a capacidade produtiva dos traficantes. →
A área plantada de grãos da safra de 2005 é quase 10% maior que a deste ano. São 46 milhões de hectares, o equivalente a dois estados de São Paulo. No entanto, no horizonte dos agricultores pairam nuvens de prejuízo. É que o preço dos produtos continua caindo no mercado internacional. Nem o aumento da área plantada conseguirá compesar esta redução, afirma reportagem do Valor (só para assinantes). →
Todos os anos, uma imensa nuvem de pó – do tamanho da Espanha segundo o Guardian (gratuito, pede cadastro) – forma-se na África e viaja, com o auxílio dos ventos, até o Caribe. Pesquisas recentes mostram que esta nuvem está virando tremendo perigo. Além do pó, ela está carregando sobre o Atlântico químicos, vírus e bactérias que vai colhendo ao longo de sua passagem sobre solo africano. Elas não estão atacando só humanos. Há vários ecossistemas de corais no Caribe em franca decadência, causada pelos micróbios e poluentes que viajam nessa nuvem. →