Estranho aliado

As centenárias florestas nativas de araucária no Chile ganharam um protetor inusitado. É a Home Depot, uma empresa americana que detém o título de maior varejista de madeira do mundo. Há 4 anos, debaixo de uma ofensiva de ambientalistas que incluiu piquetes e passeatas na frente de suas lojas nos Estados Unidos, a empresa resolveu adotar estratégia para só comprar madeira de fornecedores que tivessem certificação de manejo ambiental. Viu que seria impossível, dessa maneira, suprir toda a demanda anual de seus consumidores. Chamou seus críticos, os ambientalistas, e com sua ajuda foi ela própria certificar seus fornecedores ao redor do mundo. A Home Depot não tem do que se arrepender com a decisão que tomou, relata o The Wall Street Journal (só para assinantes). Não gastou um centavo a mais de seu orçamento para ter madeiras colhidas de forma "limpa", seus consumidores adoram a novidade e seus executivos se sentem orgulhosos, achando que estão fazendo o bem. O texto é longo, demora 10 minutos para ser lido, mas vale à pena.

Por Manoel Francisco Brito
6 de agosto de 2004

Jegue em extinção

Nem sempre animais ameaçados de extinção são exóticos ou selvagens. O The Wall Street Journal (só para assinantes) conta que entre os bichos fadados a serem varridos do mapa há um jegue. Sua linhagem não poderia ser mais nobre. A raça, a baudet de Poitou, foi criada na Franca há mais de seis séculos. Mas há várias gerações, por conta de cruzamentos com outros tipos de jegue, o baudet de Poitou puro-sangue começou a sumir do mapa. Quanto mais desapareciam, mais seus criadores insistiam nos cruzamentos consanguíneos. Resultado, além de continuar desaparecendo, os baudet de Poitou puros ficaram com saúde frágil. Hoje, existem apenas 250 deles na França. Outros 100 se espalham pelos Estados Unidos e Alemanha.

Por Manoel Francisco Brito
6 de agosto de 2004

Inação

Dinheiro nem sempre é o problema quando se fala da preservação ambiental no Brasil. Duro mesmo é a falta de ação. Há 4 anos, o país liberou empréstimo de US$ 200 milhões para financiar um programa de desenvolvimento sustentável no Pantanal. A quantia seria usada para recuperar bacias hidrográficas, controlar o uso de agrotóxicos na agricultura, ampliar as áreas de conservação e promover o ecoturismo. Parte dele iria viabilizar até projetos de saneamento básico em algumas áreas urbanas da região. Até agora, o ministério do Meio Ambiente não usou nem US$ 1 milhão, embora tenha já pago pouco mais do que este valor para manter o empréstimo em disponibilidade no BID. Em outubro, desembarca aqui missão do banco para avaliar o que anda sendo feito com o dinheiro. Como não há nada para mostrar, é provável que recomendem cancelar o financiamento.

Por Redação ((o))eco
6 de agosto de 2004

Volta ao futuro

No setor elétrico, há quem veja nas críticas da ministra Dilma Roussef ao processo de licenciamento ambiental de grandes obras no Brasil um eco dos desejos das grandes empreiteiras. A ênfase que o modelo petista dá a geração de energia, a opção pelas grandes hidrelétricas em detrimento das usinas térmicas – que não exigem muita obra – e possibilidade da aprovação das parcerias público-privadas (PPP’s) no Congresso mostram que o país está na bica de voltar aos anos 70, a época do Brasil Grande, que fez a felicidade de muito empreiteiro. Para chegar lá, só falta vencer um obstáculo que inexistia há 30 anos: as exigências de licenciamento ambiental.

Por Redação ((o))eco
6 de agosto de 2004

Crise de identidade

MSC - Kiko, lá vai o rascunho do “quem somos”, que você me encomendou. É para ser corrigido e criticado:O Eco é um site jornalístico ligado no...

Por Redação ((o))eco
6 de agosto de 2004

Massacre na selva

Com a ajuda da Polícia Federal, o Ibama do Amazonas apreendeu este ano 1.800 peças de artesanato indígena feitas com penas de aves, escamas de pirarucu e dentes de peixe-boi, entre outros subprodutos de animais silvestres. Uma portaria da Funai editada em junho, quando começam as principais festas regionais, proibiu esse tipo de comércio. Antes a venda de artesanato com subprodutos da fauna silvestre era permitida desde que apresentasse “certificado de origem indígena”, uma garantia de que só eram utilizadas sobras da caça de subsistência. As evidências de que os índios passaram a exterminar animais para lucrar com o artesanato levou à suspensão das concessões. Segundo o Ibama, no ano passado cerca de 28 mil araras foram abatidas com este fim, em cálculo subestimado, baseado apenas no material apreendido. A portaria da Funai aumentou o rigor na fiscalização do período de festas em 2004, com a apreensão de todo o estoque das 38 lojas de artesanato cadastradas junto ao Ibama em Manaus. Nem a tradicional festa dos bois-bumbás de Parintins escapou: foram encontradas penas de papagaios e araras azuis na fantasia da cunhã-poranga (espécie de porta-bandeira) do Boi Caprichoso. O Ibama esperou o desfile acabar para apreender o material e multar a agremiação em R$ 25 mil.

Por Redação ((o))eco
4 de agosto de 2004

Não é bem assim

Da caixa postal: Na última a semana de junho a comunidade científica brasileira resolveu comprar briga com um funcionário da Receita Federal no aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro. Alegando que as amostras de arraias africanas trazidas por pesquisador brasileiro para o país não tinham a documentação necessária para entrar no país, jogou todas elas no incinerador. Os cientistas ficaram indignados. Em carta aos ministros da Ciência e Tecnologia, Agricultura, Meio ambiente e Justiça, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência chamou o servidor que decidiu tocar fogo nas amostras de obscurantista e acusou a burocracia federal de querer impedir o desenvolvimento científico no Brasil. Tem gente no entanto achando que os doutores estão exagerando. Dizem que o funcionário apenas cumpriu com seu dever e que as restrições à importação e exportação de material biológico, antes de atrapalharem a pesquisa, ajudam a impedir a biopirataria e o tráfico de espécies. Acusam os medalhões da ciência brasileira de quererem fazer pesquisa no Brasil com material estrangeiro trazido em suas malas.

Por Redação ((o))eco
4 de agosto de 2004

Adeus às araucárias

Da caixa postal: No dia 28 do mês passado, enquanto o Ibama multava os proprietários de duas áreas no município de Candoi, no Paraná, em R$ 283 mil por terem desmatado irregularmente 145 hectares de terra, a derrubada de árvores corria solta à centenas de quilômetros dali, no município de Itaiópolis, Santa Catarina. O alvo era uma floresta de Araucárias – as mesmas árvores que em sua maioria tombaram em Candoi. Estava sendo arrancada do chão com o auxílio de tratores-esteira. George Wolheim Jr fotografou a área de mato destruída em Santa Catarina e enviou a redação de O Eco mensagem onde diz que o Brasil está prestes à se despedir de um de seus mais importantes ecossistemas: o da floresta de araucárias. Hoje, nos resta apenas 0.7% do que ela foi um dia.  

Por Redação ((o))eco
4 de agosto de 2004

Conversa

A Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) está discutindo com técnicos do ministério do Meio Ambiente maneiras de tornar mais rápido o processo de licenciamento ambiental de obras de grande porte no Brasil. Já fez várias propostas. Sugeriu, por exemplo, criar cadastro na Internet com o nome organismos e consultores considerados referência

Por Redação ((o))eco
4 de agosto de 2004

Use o Eco

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Por Redação ((o))eco
4 de agosto de 2004