Um lobbie a mais

A indústria adora vender seus produtos, mas não gosta muito de revelar o que eles contêm, principalmente se forem geneticamente modificados. Os ruralistas no Congresso tentam há tempos acabar com a obrigatoriedade da rotulagem de alimentos que contenham transgênicos, determinada pelo Decreto 4.680/2003. Agora, a nova tentativa para desinformar a população ganha forma no Projeto de Lei 4.148/2008, do deputado gaúcho Luis Carlos Heinze (PP). O texto foi apresentado justamente quando começou o plantio da primeira safra oficial de milho transgênico. Um dos argumentos contra a rotulagem é o de que ela seria desnecessária, já que os produtos tiveram aval da CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. Mas quem confia em um grupo cheio de defensores da indústria?

Por Salada Verde
27 de outubro de 2008

Para renovar a Economia

A Terra é finita, mas a Economia ainda trata o planeta como um fonte inesgotável de recursos, incentivando a humanidade a viver para consumir. Por isso, a última edição da revista britânica New Scientist dedica muitas páginas em sua edição de 25 outubro para vasculhar esse assunto mais do que urgente. Para o economista Herman Daly, professor da Universidade de Maryland e ex-consultor do departamento para o meio ambiente do Banco Mundial o fato de o nosso sistema econômico ser baseado na busca do crescimento acima de tudo, faz com que o mundo esteja caminhando para um desastre ecológico e também econômico, dadas as limitações dos recursos. “Para evitar este desastre, precisamos mudar nosso foco do crescimento quantitativo para um qualitativo e impor limites nas taxas de consumo dos recursos naturais da Terra”.

Por Salada Verde
27 de outubro de 2008

Uma santa hidrelétrica

O projeto da Usina Hidrelétrica de Santa Isabel, em Araguatins (PA), está causando frisson entre militares e governistas. Nos primeiros, porque a água de seu reservatório promete alagar toda a região da Guerrilha do Araguaia. Um alívio para quem pretende manter esqueletos no armário, ou melhor, debaixo da terra. Nos segundos, porque pode se tratar de rara oportunidade para conseguir gente e dinheiro e abrir parte da caixa preta de um capítulo bem feio da história nacional.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Cortinas abertas para o Fundo Amazônia

No dia 1º de agosto, o presidente Lula assinou um decreto responsável por criar o Fundo Amazônia, cuja intenção é arrecadar até um bilhão de dólares em um ano através de doações para cuidar da maior floresta tropical do planeta. Foram precisos quase dois meses, no entanto, para o pontapé inicial do projeto, o que aconteceu nesta sexta-feira. Na ocasião, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e representantes do Comitê Orientador do fundo se reuniram na sede do BNDES (RJ), banco responsável por gerir as finanças, para definir as prioridades das ações.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Crise econômica não é problema

O curioso, no entanto, é que Minc e o diretor do BNDES, João Carlos Ferraz, receberam a imprensa antes de iniciarem os trabalhos estratégicos com o comitê (formado por representantes dos governos estadual, federal e da sociedade civil). Resultado: não tinham uma novidade para contar. Mas, em tempos de recessão econômica, precisaram responder à pergunta óbvia: afinal, será que empresas privadas e governos internacionais ainda estão dispostos a investir no Fundo? Para o ministro, sim. “Não vai influir em nada. Muitas empresas querem se associar a ações verdes, e já estamos em contato com diversos interessados”, garantiu. Mas não contou exatamente quantos ou quem seriam.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Pós-Quioto é esperança

Segundo Minc, o Brasil deve anunciar três empresas doadoras em dezembro, na conferência de negociações Pós-Quioto que está agendada para a Polônia. “Aliás, estes encontros são muito importantes, porque os países começam a se mostrar mais propensos a transferências de recursos”, disse. Até agora, no entanto, apenas a Noruega formalizou um investimento no valor de um bilhão de dólares – pagos até 2015. Mesmo assim, a primeira parcela ainda não foi depositada. “O primeiro projeto do Fundo Amazônia deve começar em 2009”, afirmou Ferraz, do BNDES.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Prioridades do Fundo

Nem Minc, e tampouco Ferraz, souberam dizer qual o enfoque deste primeiro projeto – já que ainda não tinham conversado com os demais membros do Comitê. Mas são sete as áreas passíveis de investimentos pelo Fundo Amazônia: gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo florestal sustentável; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; zoneamento ecológico e econômico; conservação e uso sustentável da biodiversidade; e recuperação de áreas desmatadas.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Governo apreende madeira no Pará

Em seu tradicional apelo midiático, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou de mais uma fiscalização promovida pelo Ibama na Amazônia. Desta vez, pelo menos, os resultados foram positivos: ao todo, cerca de 50 mil metros cúbicos de toras de madeira ilegal foram apreendidos em uma região a 200 quilômetros a leste do município de Altamira, no Pará. O volume é suficiente para encher 2.500 caminhões. Minc cedeu seis mil m3 para o governo do Pará, que deve vender cada tora por 500 reais. Trata-se de um das maiores confiscos da história do país.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Áreas úmidas protegidas

O secretariado da Convenção de Ramsar, acordo internacional que protege pântanos, charcos, banhados e outras áreas úmidas em todo mundo, reportou neste mês de outubro que os governos de Portugal, México, Alemanha, França e Peru designaram novos sítios a serem resguardados. Apenas no México foram 15 novas áreas. Para saber mais sobre esses lugares, você pode entrar neste atalho. Quem também fez bonito foi o governo português, que apenas no Arquipélago de Açores designou 11 novas áreas, elevando a 28 o total de zonas úmidas protegidas naquele país. Entre elas, estão as formosas Furnas Vulcânicas, que podem ser conferidas aqui. O Brasil também faz parte da Convenção de Ramsar e possui, nada mais nada menos, do que a maior planície alagável do planeta, o Pantanal. Mas quem está acompanhando os debates sobre a expansão da cana de açúcar no bioma, liderado pelos ministros Carlos Minc e Reinhold Stephanes, sabe dos maus bocados que a região enfrenta.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008

Novo clima para o Direito

Embaixada Britânica e Instituto O Direito por um Planeta Verde promovem na próxima semana (dias 28 e 29), em Brasília, um debate entre países amazônicos sobre leis e outras normas com influência na barafunda climática onde a humanidade se meteu. A idéia é que as nações da região conheçam seus "marcos regulatórios" e os ajustem e melhorem para um combate conjunto aos prometidos efeitos negativos das alterações do clima. A Floresta Amazônica de pé é peça chave nesse trabalho. O embaixador do Reino Unido no Brasil, Peter Collecott, promete aparecer por lá.

Por Salada Verde
24 de outubro de 2008