Números do desmatamento em SP

O governo do estado de São Paulo prestou contas, ontem, da promessa assumida há um ano, quando foi lançado o projeto Desmatamento Zero. Pelos números oficiais, a supressão das matas paulistas caiu, mas não chegou à meta projetada. Durante o primeiro semestre de 2008, foram derrubados ilegalmente pouco mais de mil hectares (ha) de vegetação, contra quase 1,6 mil ha no mesmo período de 2007. Nos cortes autorizados, as cifras caíram de 5.290 ha para 952 ha, uma redução de 82%. Da vegetação degradada legalmente, 62% eram áreas de capoeira, 15% de Cerrado e 3% de matas em estágio médio de regeneração. Os outros 20% desmatados foram classificados pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente como “itens diversos”, entre eles várzeas e vegetação rasteira. A região do Vale do Ribeira foi a que recebeu mais autorizações, com predominância para áreas de capoeira.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Taxas grandes para vegetação pequena

Os números podem parecer insignificantes se comparados ao desmatamento na Amazônia. No entanto, fazem grande diferença em um estado que possui apenas 12% de sua vegetação nativa. Originalmente, São Paulo tinha cerca de 20,5 milhões de hectares de vegetação. Hoje, são cerca de 2,5 milhões. Para Márcia Hirota, da SOS Mata Atlântica, o balanço apresentado é positivo porque mostra que o governo de São Paulo “está fazendo alguma coisa”. No entanto, ele é incompleto, já que não traz informações georreferenciadas. “Precisamos saber onde são estes desmatamentos, se estão no entorno de unidades de conservação, o que realmente estão autorizando”, diz. Segundo ela, pecuária, novos loteamentos, silvicultura e obras de infra-estrutura foram os que mais tomaram o lugar da vegetação paulista.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Big Brother ambiental

A partir deste mês, as reuniões dos conselhos Nacional do Meio Ambiente (Conama), Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (Consema/SP)e Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de São Paulo serão gravadas em vídeo e áudio. As imagens, no entanto, não serão enviadas a um programa de televisão. Elas farão parte de um “estudo de caso” desenvolvido pelo não-governamental Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam). As atas das reuniões também serão avaliadas.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Não é só uma espiadinha

Segundo o Proam, as reuniões deliberativas dos conselhos serão filmadas durante os próximos 18 meses. Com o material, cientistas e especialistas avaliarão o grau de representatividade dos setores e a qualidade das decisões tomadas. Ao final, um diagnóstico trará recomendações de mudanças, para ocorra uma mais eficiente “gestão participativa”. “Hoje não há nenhuma forma de se auditar esses conselhos e isso tem feito com que os resultados das decisões não transpareçam a vontade pública”, diz Carlos Bocuhy, presidente da ONG. Segundo ele, há crise de princípios nos conselhos ambientais brasileiros, como isenção nas decisões e equidade na representatividade de setores. “Hoje há um conflito de interesses e falta isonomia na condução dos processos. Isso acaba gerando também uma crise de participação social, porque [os conselhos] ficam desacreditados”, argumenta.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Fazendo bonito na frente das câmeras

O trabalho do Proam começou na 91ª reunião do Conama, realizada nos dias 10 e 11 deste mês, em Brasília. Para Bocuhy, só o fato de as reuniões serem gravadas já garantiu maior democracia na elaboração das políticas ambientais. Isso porque, na frente das câmeras, os conselheiros não quiseram fazer feio e mudaram a postura durante as discussões. Os resultados do estudo serão publicados no início de 2010. Dentro de três meses, as reuniões dos três conselhos também serão transmitidas ao vivo, pela página do Proam. Vale uma espiadinha.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Água revigorante

Depois de quatro meses de seca, choveu em Mato Grosso no fim de semana passado. Nos primeiros dias de setembro, o estado já havia visto relâmpagos e alguns pinguinhos, mas desta vez deu para devolver um certo vigor às poucas matas que existem por lá. A umidade relativa do ar subiu sensivelmente e também ajudou a frear as queimadas, que na semana passada voltaram a acinzenta o céu mato-grossense. O efeito mais imediato das primeiras chuvas para quem cruza o estado de norte a sul foi o aumento do número de animais atropelados nas estradas nos últimos dias. Este foi o caso de muitos tamanduás, lobinhos, cobras, tatus e emas que reapareceram depois da estação seca na MT170, que liga Cuiabá ao noroeste do estado.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Fogo segue livre

Apesar da chuva, o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) estimou que deve chover abaixo do normal nos próximos três meses em Mato Grosso. Por isso, nessa segunda (22), o grupo que executa o plano de prevenção e combate a incêndios florestais pelo estado sugeriu ao governador que o período proibitivo de queimadas seja prorrogado até 10 de outubro. Desde 15 de julho, uma lei estadual criminaliza qualquer queimada, mesmo anteriormente autorizada. Mas, como sempre, quem ateia fogo não costuma sofrer nenhuma punição.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Queimando a Serra do Amolar

No Pantanal, as morrarias da Serra do Amolar ainda estão em chamas. Segundo estimativas visuais do governo federal, a queimada deve ter consumido 20 mil hectares de vegetação desde 12 de setembro. Sábado passado, uma chuva rala caiu na região e deu uma trégua ao trabalho de brigadistas que foram destacados para ajudar no combate à queimada. Mas o tempo já voltou a esquentar e os ventos podem espalhar novamente focos de calor. A Fundação Ecotrópica aguarda ansiosamente a chegada de um helicóptero do Ibama equipado com uma espécie de tanque capaz de armazenar água e fazer o combate aéreo das chamas. Um avião contratado pela MMX, de Eike Batista, está no local para dar apoio. A área queimada é vizinha a uma reserva particular do empresário. Outros três aviões agrícolas contratados pelo governo de Mato Grosso também ajudaram nos trabalhos.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Mais gente para apagar fogo

Nas últimas três semanas o Ibama agilizou a contratação das brigadas municipais de combate a incêndios, não vinculadas aos trabalhos dentro das unidades de conservação. O projeto foi desengavetado recentemente pelo Ministério do Meio Ambiente, que em vez de testar a experiência em pequena escala no final da época de queimadas, desembolsou cinco milhões de reais, mandou formar e contratar 999 brigadistas em 32 municípios da Amazônia Legal considerados mais críticos e que tenham sido visitados por operações de fiscalização do Ibama.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008

Brigadistas sementeiros

Em Mato Grosso, dez municípios tiveram 260 brigadistas capacitados no final do período de estiagem, quando em tese deveriam estar nas frentes de combate. Como os recursos chegaram tarde, o Prevfogo/Ibama em Mato Grosso teve a idéia de aproveitar a mão-de-obra dos brigadistas na época das chuvas para realização de trabalhos de coleta de sementes, produção de mudas nativas, educação ambiental, orientação a produtores rurais e organização de queimas comunitárias controladas nos assentamentos. A intenção é concretizar este trabalho para que, em 2009, os brigadistas sejam recontratados antes do período crítico de queimadas e assim possam atuar com efetividade.

Por Salada Verde
23 de setembro de 2008