A Justiça Climática é um conceito que busca relacionar a crise climática com desigualdades sociais, econômicas e históricas. Mais do que discutir apenas o aumento da temperatura global ou a redução das emissões, a ideia parte do reconhecimento de que os impactos das mudanças climáticas não afetam todas as pessoas da mesma forma e que os países, povos e comunidades menos responsáveis pela crise são, muitas vezes, os que mais sofrem com seus efeitos.
A noção surgiu nos anos 1990, impulsionada por movimentos sociais e ambientais que denunciavam a concentração de poluição e degradação ambiental em áreas habitadas por populações pobres e racializadas, especialmente nos Estados Unidos. Com o tempo, o termo ganhou dimensão global, sendo incorporado às discussões sobre clima, direitos humanos e desenvolvimento sustentável.
Na prática, a Justiça Climática propõe que as respostas à crise climática levem em conta responsabilidades históricas e vulnerabilidades sociais. Isso significa, por exemplo, que os países industrializados, principais emissores desde a Revolução Industrial, devem assumir compromissos mais robustos de redução de emissões e de financiamento climático. Ao mesmo tempo, defende que comunidades indígenas, ribeirinhas, quilombolas e outros povos tradicionais tenham voz e protagonismo nas decisões sobre políticas ambientais e climáticas.
O tema tem ganhado destaque nas Conferências da ONU sobre o Clima (COPs) e em debates internacionais sobre transição energética justa e perdas e danos, mecanismos criados para compensar países que enfrentam desastres climáticos intensificados pelo aquecimento global. No centro da discussão, está a ideia de que enfrentar a crise do clima não é apenas uma questão ambiental, mas também de direitos e de equidade.
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