Esta semana, fórum da Amazônia
Quarta quinta (28 e 29), em Belém (PA), acontece a terceira edição do Encontro Anual do Fórum Amazônia Sustentável. Especialistas, organizações sociais, governos, empresários e ongs participarão dos debates sobre manutenção do clima, do regime hídrico e do patrimônio genético da Amazônia, que são apenas alguns dos serviços ambientais que a floresta presta à humanidade. Também constam na pauta temas como Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD), o papel dos povos da floresta na conservação e uso sustentável da biodiversidade e a economia de baixo carbono. O encontro é um dos últimos ligados às mudanças climáticas que ocorrerão no Brasil antes da Conferência do Clima de Copenhague, em dezembro. Mais informações aqui. →
UCs desmatadas em Rondônia
O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) informou nesta quarta que 51 alertas de desmatamentos forma emitidos em 24 unidades de conservação e terras indígenas em Rondônia. Entre as áreas atingidas, oito eram estaduais, seis federais e 10 terras indígenas do estado. Trata-se de derrubadas ocorridas no segundo semestre de 2008 e meados de agosto de 2009. A Reserva Extrativista Estadual Rio Jaci-Paraná, (imagem ao lado) em Porto Velho, foi a unidade com maior número de alertas emitidos. Foram seis notas registrando desde pequenos desmatamentos, de três hectares, a maiores, de mais de 100 hectares. Ali 40 mil hectares de floresta já foram colocas abaixo (22% de sua área total). Nas reservas federais foram registradas pequenas aberturas na Flona Jacundá, PARNA Campos Amazônicos, PARNA Serra da Cutia, Resex Lago do Cuniã, Resex Rio Cautário e Resex Rio Ouro Preto. Dez Terras Indígenas também receberam alertas. Para a TI Roosevelt, em Espigão D’Oeste, foram quatro notificações para desmatamentos que chegaram a 75 hectares e se somam aos mais de 7 mil hectares já desmatados anteriormente. Clique aqui para ver imagem de satélite. Segundo comunicado de imprensa do SIPAM, número de áreas especiais atingidas (24) é significativo, considerando que Rondônia tem um total de 75 áreas protegidas, entre terras indígenas e unidades de conservação. Janete Rodrigues, chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto do Sipam, destaca que a maioria dos alertas se refere a pequenos desmatamentos. “Fomos bem minuciosos, destacando tudo o que era visualizado, até pequenas áreas menores que um hectare”, explica. Os alertas foram enviados à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam),Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministérios Públicos Federal e Estadual, Polícia Federal e Batalhão da Polícia Ambiental. →
Precisamos de um IPCC da biodiversidade
Ambientalista Fábio Feldmann afirma que o mundo necessita de painel intergovernamental nos moldes do IPCC para lidar com a crise da biodiversidade →
Os limites do planeta
A Nature traz em sua edição lançada hoje um artigo assinado por diversos cientistas de renome defendendo uma metodologia para avaliar os limites do planeta. A proposta, que tem entre os signatários o físico James Hansen, o economista Robert Constanza e a oceanógrafa Katherine Richarson, escolhe diversos indicadores de saúde do planeta que devem ser observados para que a humanidade possa sobreviver. Três deles já foram ultrapassados segundo os cientistas: a taxa de perda da biodiversidade, o total de nitrogênio retirado da atmosfera, e a concentração de gases de efeito estufa. Neste último ponto o grupo adotou uma posição que deve balançar o mundo científico: diz que a quantidade de carbono na atmosfera não deve ultrapassar 350 ppm. O problema é que já estamos 387 ppm e as negociações climáticas trabalham para estabilizar a concentração em 450 ppm. Quem está certo? Para ler o artigo completo , clique aqui "A safe operating space for humanity" →
Entrevista Angel Pérez
Pesquisador defende que a única forma de preservar a biodiversidade oceânica é com a criação de áreas protegidas com alto grau de restrição de uso →
Na imensidão da Namíbia
A Namíbia é um país de horizontes grandes, de um céu imenso, um país de paisagens sinônimas à vastidão. Veja ensaio fotográfico de Margi Moss com retratos da exuberante biodiversidade das florestas e desertos. →
A biodiversidade ainda tem salvação
Importante ator do ambientalismo internacional, o pesquisador Thomas Lovejoy fala no CBUC sobre impactos das mudanças climáticas no mapa da biodiversidade global, mas garante: o planeta “ainda tem jeito” →
Sem estados, sem metas
Maria Wey de Brito, secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, espera ajuda dos estados para que o Brasil cumpra as metas da Convenção da Diversidade Biológica das Nações Unidas, de ao menos 10% de cada bioma oficialmente protegidos. O recado velado foi dado ontem, na abertura do 6º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. O déficit nacional em áreas protegidas é superior a 500 mil quilômetros quadrados, uma área quase do tamanho da Bahia. As complicações federais para transformar em realidade novas unidades de conservação são cada vez maiores, principalmente por atritos com as áreas de energia e agricultura. A situação se complica porque a Casa Civil não quer mais saber de meio-de-campo: devolveu à pasta ambiental várias processos que deverão ser negociados com outros ministérios e estados para a criação de áreas protegidas. Mais informações sobre o congresso aqui mesmo em O Eco e também aqui. Saiba mais: País atingirá metas de conservação? →
ICMBio pode perder APA
O Instituto chico Mendes (ICMBio) pode perder a Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. A transferência de sua gestão para os governos do Distrito Federal e de Goiás é proposta em Projeto de Lei do deputado licenciado Augusto Carvalho (PPS-DF), já com parecer favorável da relatora, deputada Manuela D'Ávila (PCdoB-RS). Segundo Carvalho, novos gestores teriam melhores condições para proteger a biodiversidade, assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais e regular a ocupação da área. A APA foi criada em 2002, tem 486.311 hectares (75% no Distrito Federal e 25% em Goiás) e abriga nascentes de formadores das bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Tocantins e Paraná. A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Meio Ambiente e de Constituição e Justiça da Câmara. →
Contradições econômicas brasileiras
Nesta semana começou em Cuiabá um encontro promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. A primeira palestra foi emblemática. O tema era “Serviços macrossistêmicos da Amazônia brasileira: visão sob a ótica da escala da Economia Ecológica”. Se o título parece complicado, o ponto de partida não conseguiu fugir às contradições governistas. Baseado nos estudos que provam a efemeridade da economia do desmatamento da Amazônia, em comparação a ganhos de mais longo prazo mais respeitosos à biodiversidade e ao futuro do clima, o oceanógrafo Wilson Cabral, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), foi pragmático. “Nossas ações são contraditórias. O governo inventa uma suposta ‘BR-163 sustentável’ de um lado e do outro insere no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) o asfaltamento da estrada que liga o arco do desmatamento ao centro preservado da Amazônia, a BR-319. O governo cria diversas unidades de conservação no primeiro mandato, e no segundo aprova a lei que legaliza a grilagem na Amazônia”, diz o especialista. Não há economia alternativa que conserte o estrago. →
CICATRIZES DA HISTÓRIA
Fotografias da Mata Atlântica Durante seus cinco anos de vida, O Eco expôs o trabalho de diversos fotógrafos. Muitos deles, profissionais que se dedicam a registrar o mais ameaçado do biomas brasileiros, a Mata Atlântica. Na foto ao lado, a paisagem de mosaicos de vegetação tão típica do Sudeste do país. Veja mais no ensaio de Adriano Gambarini Ensaio de Luciano Candisani com Retratos da Biodiversidade Outras galerias: Miriam Prochnow - Olho de cidadã Reportagens A Mata Atlântica como você nunca viu – por Gustavo Faleiros Jacutinga: livres para povoar - por Felipe Lobo Floresta à Beira-mar – por Carolina Elia Juréia em análise – por Cristiane Prizibisczki Explore os corredores da Mata Atlântica. Use os cursores no canto esquerdo →
Novo diretor de áreas protegidas
Desde o último dia 14, Fábio França Silva Araújo é o novo diretor do Departamento de Áreas Protegidas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. João de Deus Medeiros, que antes ocupava o cargo, passou a dirigir o Departamento de Florestas da mesma secretaria. Confira aqui. →
Ave morta com ratoeira
Que o Brasil trata como lixo sua biodiversidade, todo mundo sabe. Mas a criatividade de certos cidadãos nunca deixa de surpreender. Conforme relatado pelo Instituto Rã-Bugio, saíras-de-sete-cores (Tangara seledon), como a da foto ao lado, e outras aves típicas da Mata Atlântica, têm sido mortas com ratoeiras ao menos em um dos pontos de vendas de frutas da rodovia SC-301, na Serra Dona Francisca, em Pirabeiraba, Joinville (SC). O vendedor comentou, ainda conforme o instituto, que não jogava fora as presas: sua família comia. Tudo para evitar algumas bananas bicadas. Coisa que se resolveria com meios bem menos crueis e covardes. →
Uatumã, gigante da Amazônia
Um espetáculo de biodiversidade e de paisagens é o mínimo que se pode dizer sobre a Reserva Biológica de Uatumã, no Amazonas. Com 943 mil hectares, é a maior de seu tipo no país. Foi instituída em 1990 como parte das compensações pela construção da Usina de Balbina, pela Eletronorte. Montado com centenas de fotos, o vídeo acima tem pouco mais de quatro minutos e dá uma boa dimensão da riqueza única protegida na reserva federal. →
Esmolinha
A Cargill propagandeou seus esforços para combater a fome no mundo, destinando cinco milhões e meio de dólares para projetos de caridade em dez países. Ao mesmo tempo em que estimula a conversão da rica biodiversidade de Cerrado e Amazônia em monoculturas que não alimentam as populações impactadas, a empresa diz que seu compromisso não tem precedentes. Os países agraciados não incluem o Brasil. →
