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Newsletter O Eco+ | Edição #178, Dezembro/2023

Floresta de Ninguém, um macaco ameaçado e o final da COP 28

Newsletter O Eco+ | Edição #178, Dezembro/2023

17 de dezembro de 2023

Na série especial “Floresta de Ninguém”, ((o))eco traz um diagnóstico atual das áreas não destinadas na Amazônia, realizado em parceria com CCCA, InfoAmazonia e Imazon. Esta semana, a repórter Cristiane Prizibisczki mostrou como grileiros utilizam inteligência territorial para usurpar terras públicas. Comprar terras na Amazônia é uma tarefa cada vez mais fácil: grupos de compra e vendas de terras no Facebook, por exemplo, se utilizam do espaço sem controle para fazerem suas ofertas. E não precisa nem ter a escritura da terra para fazer a oferta. O crescente desenvolvimento nas técnicas usadas por grileiros tem sua razão de ser. Os valores cobrados pelos governos estadual e federal nos processos de regularização fundiária – quando um ocupante adquire a área desses entes públicos – são extremamente baixos. Já vender essas terras no mercado é lucro certo.

A regularização fundiária da Amazônia é um tema essencial para as discussões climáticas no Brasil. No encerramento da COP 28, em decisão histórica, as nações concordaram em iniciar o processo de descarbonização do planeta e acabar com o desmatamento – maior fonte de emissões no Brasil. Uma conquista a se comemorar, não fosse um pequeno detalhe: o chamado “Consenso dos Emirados Árabes Unidos” não diz como vão fazer isso. “Embora não tenhamos virado a página da era dos combustíveis fósseis em Dubai, este resultado é o princípio do fim. Estas conferências sobre o clima são, obviamente, um processo baseado em consenso, o que significa que todas as Partes devem concordar com cada palavra, cada vírgula, cada topo completo. Isso não é fácil”, disse Simon Still, Secretário Executivo da UNFCCC.

Além de ser um grande responsável pelas mudanças climáticas, o desmatamento também traz ameaças à biodiversidade. É o caso do kaapori, primata pouquíssimo estudado e muito pressionado pelo desmatamento da Amazônia. Durante três dias, a repórter de ((o))eco Duda Menegassi acompanhou a pesquisadora Tatiane Cardoso em sua jornada para desvendar os mistérios desse macaco que vive entre o Maranhão e o Pará.  Todo ano, a primatóloga faz três campanhas regulares que duram em média 20 dias, onde passa 10 horas dentro da floresta em busca dos kaaporis. As perguntas que Tatiane busca responder são fundamentais para planejar as melhores ações de conservação para a espécie.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

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Berçário de insetos. Insetos aquáticos em riachos restaurados precisam de mais rochas para depositar seus ovos: é o que mostra um novo estudo de pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte (EUA). Cientistas descobriram que adicionar rochas salientes aos riachos pode ajudar a atrair insetos aquáticos fêmeas que põem seus ovos no fundo ou nas laterais das rochas. O restabelecimento de organismos é muitas vezes mais lento do que o esperado; mais ovos significa mais insetos, o que seria uma ótima notícia para a restauração de riachos. [ScienceDaily]


Batcaverna em falta. Os exemplos de flora e fauna que desapareceram devido aos excessos humanos nos últimos 50 anos são múltiplos, mas uma investigação descobriu que o declínio de um morcego característico do Reino Unido começou quando as suas árvores foram derrubadas para a construção naval, há 500 anos. A conclusão foi possível graças à análise do DNA dos morcegos, que pode identificar uma “assinatura” do passado, incluindo períodos em que as populações diminuíram, levando a mais endogamia e menos diversidade genética. [TheGuardian]

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5 passos para incentivar a cultura oceânica nas escolas | Alice Martins Morais

Incorporar o ensino oceânica pode ser mais simples do que se imagina. O ebook mostra que nem sempre se exige uma carga horária extra ou um projeto começando do zero, mas sim uma questão de perceber que o oceano pode permear todas as disciplinas escolares. O público-alvo são professores, coordenadores pedagógicos e toda a comunidade escolar.

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Montanhas que geraram vidas | Alô, Ciência?

O que montanhas têm a ver com o surgimento da vida na Terra? Existem evidências da existência de formas de vida simples, como por exemplo bactérias, desde quase o início da formação do nosso planeta, a aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Contudo, registros de formas de vida mais complexas datam de 600 milhões de anos atrás. (Aqui vale lembrar: estamos falando da escala do tempo geológico, onde o tempo para os processos são em escalas muito maiores!). Os dados atuais apontam que essa explosão da vida provavelmente pode ter tido uma relação com a formação de montanhas tão altas, como os Himalaias.

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Por dentro do viveiro: como funciona um viveiro de mudas da Mata Atlântica | SOS Mata Atlântica

Criado em 2007, o Centro de Experimentos está localizado em Itu (SP) e abriga um viveiro que é capaz de produzir cerca de 750 mil mudas de árvores nativas da Mata Atlântica por ano. Com isso, a SOS Mata Atlântica conseguiu recuperar um pouco de todo o verde que já não está mais de pé nas florestas do bioma.

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