Newsletter Política Ambiental | Notícias da Semana #11
04 de dezembro de 2022
As eleições desta ano já acabaram, mas os acontecimentos políticos continuam. Para refletir a nova fase, nossa newsletter muda de nome, amplia o escopo e, claro, mantém o compromisso em trazer as histórias que influenciam o presente e o futuro das políticas ambientais no país.
“Será um feliz natal para o desmatador e a ilegalidade”, afirmou Aloizio Mercadante na tarde da quarta-feira, 30. O coordenador dos trabalhos da equipe de transição se refere ao fato de que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) não possui orçamento para dar continuidade às suas atividades de fiscalização. No mesmo dia, foi divulgado que o desmatamento na Amazônia atingiu um total de aproximadamente 11 mil quilômetros quadrados em 2022. Débora Pinto conta como foi a entrevista coletiva na qual, além de Mercadante, apresentaram perspectivas e informações sobre os trabalhos realizados até o momento três ex-ministros do Meio Ambiente: Izabella Teixeira, Carlos Minc e Marina Silva.
Desde a noite do dia 30 de outubro, bolsonaristas bloqueiam estradas em todo o país, com pedidos de intervenção militar. Os bloqueios já resultaram em algumas prisões, multas, incêndios criminosos, enfrentamentos, e ameaças de atentados terroristas, mas até agora a Polícia Rodoviária Federal não conseguiu fazer cumprir a ordem a dispersar os golpistas. No Mato Grosso, tais atos se intensificaram nas últimas semanas. Não coincidentemente, a lista de suspeitos de financiar atos golpistas é composta por 33 empresas e dez pessoas físicas — a maior parte delas, de Mato Grosso. A reportagem de Juan Ortiz põe foco sobre um dos personagens incluídos na lista, o empresário bolsonarista Argino Bedin, sócio de empresas ligadas ao setor agropecuário e imobiliário e que acumula multas no Ibama cujos valores somados passam de R$ 200 mil.
Quase dois meses após o 1º turno das eleições, no último dia 2 de outubro, que renovou os mandatos na Câmara dos Deputados, fica a pergunta: como se saíram os deputados federais mais antiambientais da atual legislatura (2019-2022)? A análise exclusiva de Gabriel Tussini utiliza os dados do Monitor do Congresso para revelar o alto índice de reeleição entre os 145 deputados que votaram a favor dos cinco projetos de lei anti ambientais acompanhados pela ferramenta: a flexibilização do uso de agrotóxicos; a flexibilização do licenciamento ambiental; a legalização de áreas invadidas (grilagem); a municipalização Áreas de Proteção Permanente (APPs) urbanas; e a autorização à mineração e à construção de hidrelétricas em terras indígenas.
Boa leitura.
Redação ((o))eco