O Eco+ | Edição #220 | Novembro/2024
03 de novembro de 2024
Para onde vai a casca da banana que você descarta após comer a fruta? Para onde o Brasil, que produz anualmente em torno de 40 milhões de toneladas de resíduos orgânicos, destina esse rejeito que poderia ser “reciclado” e devolvido em forma de composto e fertilizantes para o meio ambiente? Essas são as perguntas que a repórter Elizabeth Oliveira tenta responder na reportagem “Compostagem no Brasil: com quantos baldinhos se faz uma revolução?”. A autora conheceu diversas iniciativas e empresas de compostagem para ouvir os desafios do setor. Embora um negócio em franco crescimento, o país ainda recicla menos de 1% do total dos rejeitos orgânicos produzidos. O desperdício de potencial dos resíduos orgânicos como matéria-prima é um desafio de proporções gigantescas para o Brasil, já que representa a maior porcentagem do lixo urbano e gera altos impactos ambientais, quando poderia gerar grandes benefícios, sobretudo em cenário de agravamento da crise climática. Essa é a última de uma série especial sobre reciclagem que a jornalista desenvolveu ao longo de 2024 e o resultado pode ser lido acessando essa página.
Durante as duas últimas semanas o repórter especial Aldem Bourscheit esteve em Cali, na Colômbia, acompanhando as negociações da COP 16 de Biodiversidade. Dentre os diversos temas e urgências na necessidade de proteção da biodiversidade, as pastagens naturais sempre foram desprezadas na discussão da conservação, apesar desses ambientes ainda guardarem inúmeras espécies e estocarem o carbono que aquece o planeta. Na COP 16, a necessidade de ter mais proteção desses ambientes foi discutida. Para ler a cobertura completa do evento, inclusive com um balanço final do texto que saiu da conferência, acesse essa página.
Vinte e seis analistas ambientais do Ibama recomendaram, em parecer técnico, o indeferimento da licença ambiental para perfuração da Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá. No documento, datado do último dia 10, foram apontadas inconsistências no Plano de Proteção à Fauna (PPAF), desrespeito a protocolos de consulta de povos indígenas e maior preocupação da Petrobras com impactos sobre aves do que com o impacto sobre indígenas, mostra Gabriel Tussini, que se debruçou sobre o parecer de 53 páginas.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
· Destaques ·
Compostagem no Brasil: com quantos baldinhos se faz uma revolução?
Pastagens nativas devem ser conservadas pela biodiversidade e equilíbrio do clima
Técnicos do Ibama apontam desrespeito a indígenas e inconsistências em plano da Petrobras
· Conservação no Mundo ·
Restauração pós guerra. Em meio à destruição da guerra, cientistas ucranianos estão vendo sinais de uma recuperação ecológica. Quando o conflito terminar, eles dizem, a nação não deve reconstruir sua enorme infraestrutura da era soviética e, em vez disso, continuar a renaturalização, deixando a natureza continuar se restaurando. [Yale360]
Salvando as araucárias chilenas. A distribuição e regeneração da araucária tem sido prejudicada por múltiplos fatores, como a crise climática e a substituição de florestas nativas por plantações de rápido crescimento. No entanto, há outra causa que passou despercebida: a extração indiscriminada de pinhão. Este é o problema que Rubén Carrillo, pesquisador e diretor do Departamento de Ciências Agronômicas e Recursos Naturais da UFRO, quer expor e reverter. [Ladera Sur]
· Dicas Culturais ·
• Pra ler •
A Floresta da Janela: Soluções baseadas na natureza para a cidade do Rio de Janeiro | Editora Lumen Juris
Com mais de 400 páginas, divididas entre prefácio, introdução e 17 capítulos, elaborados por 48 autoras e autores, a publicação reúne reflexões e diretrizes assertivas para fortalecer a gestão da natureza e a resiliência climática da cidade do Rio de Janeiro. É um livro que diz para que servem as florestas cariocas e como elas têm sido tratadas, tanto pelo Poder Público quanto pela cidadania, quais são suas principais ameaças e, principalmente, que propostas têm sido pensadas e adotadas para que sejam mais bem cuidadas.