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Usina mortal
O Ministério Público Federal abriu uma ação contra a Tractebel, empresa belga responsável pela Usina Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Apenas em 1986 foi feito o primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA) sobre as atividades da empresa, inaugurada em 1957. O resultado foi alarmante: a região apresentava um índice médio de mortalidade por câncer e doenças respiratórias superior aos do estado e do país, além de registrar taxas altas de anomalias congênitas no sistema nervoso, incluindo anencefalia (fetos sem cérebro), e de mortalidade de crianças menores de 1 ano por doenças respiratórias. Ainda assim, a maior termoelétrica da América Latina continuou funcionando normalmente e sem fiscalização. Em 1997, inaugurou sua quarta unidade de geração de energia. Estima-se que a queima de carvão pela Usina, sem contar o desmatamento que já foi objeto de outro processo nos anos 90, despejou na atmosfera, em 10 anos, um total de 22 toneladas de arsênio, 53 de bário, 100 de chumbo, 3.380 de flúor, 40 de selênio e 500 quilos do radioativo urânio, além das 156 mil toneladas de dióxido de enxofre que emite... por ano! Entre outros elementos nocivos. A ação civil pública pede uma Auditoria Ambiental para detalhar a poluição produzida e seus efeitos, e a indenização às pessoas vitimadas por doenças ligadas às emissões, além de impor a adequação dos níveis de poluição. Por sua omissão durante todos esses anos, estarão no banco dos réus ao lado da empresa a União, o Ibama, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e a FATMA (órgão ambiental do estado).