Rio de Janeiro- Inaugurado nessa segunda, no centro de convenções Riocentro, começou o Challenge Bibendum, um enorme evento sobre mobilidade sustentável organizado pela Michelin. Serão três dias de debates, exposições e demonstrações de produtos que prometem ser animados, pois incluem a possibilidade de testar carros e engenhocas que dispensam em parte ou totalmente o petróleo.
O presidente Lula abriu o encontro e fez jus à fama, encantando a platéia com seu discurso descontraído e ufanista. Falou das façanhas econômicas do seu governo (veja vídeo), destacou a facilidade com que o brasileiro hoje compra carros e caminhões por conta do aumento de crédito e festejou a nossa posição de campeão dos biocombustíveis. Só faltou um discurso coeso sobre sustentabilidade, solapado pelo encanto com o crescimento da produção.
Participam do Bibendum de grandes montadoras a pequenas empresas e universidades. A maioria européia, mas os chineses também estão lá. Um estande representando a universidade Jiao Tong, de Shangai, apresentava o seu modelo de carro elétrico… de baixo custo. No departamento alto custo, a Audi mostrou o também totalmente elétrico E-tron (foto acima), um esportivo que faz de 0 a 100 km/hora em menos de 5 segundos, com um motor de 230 kW, equivalentes a 313 cavalos, e autonomia declarada de 450 quilômetros. Tanta potência não rima com sustentabilidade, embora não faça barulho. De qualquer forma, com preço previsto para meio milhão de reais, não ocupará a garagem de muitos quando estrear no Brasil em 2012. Entre as opções levinhas chamavam a atenção bicicletas e Segways. Ao todo, há talvez duas dúzias de modelos de carros e outros tipos de transporte elétricos em exibição. A partir de agora, precisamos começar a nos acostumar a pensar em watts para se referir à potência de motores e a tomar cuidado para não tomar choque na mangueira de abastecimento, na verdade, um fio bem encapado. Por seu lado, o estande da Mercedes-Benz ostentava o S400, luxuoso sedan movido por um motor híbrido gasolina/elétrico, alternativa de propulsão que, como nos EUA e Europa, já devia estar rodando por aqui faz tempo.
Entre os produtos brazuca, a Coppe-UFRJ está exibindo seu ônibus a hidrogênio e o escritório do urbanista Jaime Lerner trouxe o Dock Dock, um mini-carro elétrico feito para ser alugado em centros urbanos. Outros temas menos emocionantes incluem variedades novas de asfalto, combustíveis, pneus e softwares, todos com a intenção de aumentar a eficiência dos veículos e do trânsito e, assim, espera-se, reduzir o impacto ambiental.
O primeiro dia foi para mapear. Mas, nessa quarta, publicaremos para vocês fotos, relatos e test-drives de tudo o que cair na nossa mão. (Eduardo Pegurier)
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