
Mangues
Os mangues são ecossistemas de transição, ocupando zonas de continente e zonas marinhas. Transitam também entre águas doce e salobras, constituindo um sistema complexo e único de condições ambientais à vida. Conhecidos como berçários marinhos, estão entre os principais ecossistemas interditais, habitats para uma diversidade de espécies de rios e espécies marinhas. Os mangues são também reconhecidos como um cinturão verde e um escoador de carbono que protege zonas costeira de desastres naturais como tsunamis, ciclones e erosão, resultantes do aumento do nível do mar. Reconhece-se que há um estoque considerável de carbono orgânico nos solos dos mangues, o que significa que eles possuem papel importante no processo de mitigação das mudanças climáticas. Estimativas indicam que a biomassa terrestres dos ecossistemas de mangue do mundo podem conter 3700 toneladas de carbono, e que o sequestro de carbono realizado pelo sedimentos dos solos pode chegar a uma taxa de 14-17 toneladas de carbono por ano. Porém, naturalmente os mangues contribuem com meios de subisistência local e globalmente, fornecendo recursos como produtos madeireiros e não madeireiros, alimento, abrigo e manutenção dos serviços ecológicos de ecossistemas costeiros e marinhos. |
De acordo com a FAO (Organização de Agricultura e Alimentos da ONU), a destruição dos mangues foi de 35,600 km quadrados entre 1980 e 2005. Embora não existam estimativas exatas de qual era a extensão da cobertura original dos mangues, existe um consenso global de que essa seria superior à 200 mil km quadrados e que mais de 50 mil disto, ou o equivalente a um quarto da cobertura original, foi perdida como resultado de intervenção humana.
O Atlas nos mostra que a área global dos mangues é de 150 000 km quadrados – o que é equivalente à metade do território das Filipinas – distruibuídos em 123 países de regiões tropicais e sub tropicais. Ele descreve que as maiores causas para desmatamento dos mangues é sua conversão direta para usos de terra e usos urbanos, como a agricultura, pois zonas costeiras são, geralmente, densamente povoadas e há intensa disputa por terra. Nos remanescentes de mangue, frequentemente ocorre degradação por exploração acentuada dos recursos. A destruição dos mangues é geralmente atribuída por decisões locais, forças do mercado, demanda industrial, expansão populacional ou pela pobreza. Entretanto, em muitos países, o destino dos mangues também é determinado por decisões políticas.
Embora essa perda já esteja diminuindo por esforços conservacionista e de restauração de alguns países, os autores do estudo alertam que a perpetuação de qualquer tipo de destruição exagerada, seja pela carcinocultura ou pelo desenvolvimento urbano de áreas costeiras, causará impactos ecológicos e econômicos consideráveis. Alguns exemplos de iniciativas conservacionistas incluem novos mangues plantados por meio do incentivo de atividades de limpeza e remoção da poluição por países que possuem as maiores áreas de mangue do planeta, como Australia 7%, Brasil 9% e Indonesia com 21%.
Dr Mark Spalding, membro da divisão de Estratégias para a conservação da “The Nature Conservancy – organização que trabalha para proteger e restaurar áreas de mangue em 30 países- e um dos principais autores responsáveis pelo Atlas, coloca que “Florestas de mangue são a ilustração maxima do porquê o ser humano precisa da natureza. O livro nos detalha, em muitas partes, a extraordinária sinergia existente entre as pessoas e a floresta. As árvores provém madeira resistente e produz um dos melhores carvões do mundo. As águas abrigam uma das maiores produtividades de peixe e ostras entre as águas marinhas. Além disso, os mangues ajudam a previr a erosão e mitigar os estragos causados por ciclones e tsnunamis, são as melhores defesas costeiras naturais, cuja importância aumentará quando o aumento do nível do mar se tornar uma realidade global”
O livro inclui um novo mapa sobre as florestas de mangue do mundo. Veja aqui em detalhes a distribuição dos mangues
![]() |
1
2
3
4
Leia também

Vozes do Planeta estreia nova temporada com debate sobre calor extremo e justiça climática
Podcast pioneiro em jornalismo ambiental debate racismo ambiental, eventos extremos e desigualdade climática com a ativista Amanda Costa →

Primeira doação da Irlanda ao Fundo Amazônia totaliza R$ 91 milhões
Anúncio foi feito pelo ministro irlandês de Transportes, Sean Canney, ao lado da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente; Doação será feita ao longo dos próximos 3 anos →

STF quer que Congresso assegure participação de indígenas nos ganhos de Belo Monte
Em decisão liminar, ministro Flávio Dino determinou que Congresso aprove, em 24 meses, uma lei que garanta participação das comunidades afetadas nos resultados da hidrelétrica →
Boa noite. Sou pesquisadora de manguezais e gostaria de saber se há alguma possibilidade de acesso a esse ATLAS MANGUES DO MUNDO ??