E o lixo está sempre entre as causas dos males que afetam esses animais marinhos conhecidos pela sua resistência. Rosilda conta que mesmo quando o socorro se dá por outra razão, a sua experiência recomenda investigar se o animal ingeriu algum resíduo plástico. “Já tratamos de uma tartaruga com um abscesso causado por um arpão e aproveitei a anestesia para retirar lixo do animal” recorda a professora, especialista em anatomia.
Normalmente são tartarugas jovens as vítimas dos incidentes com os resíduos plásticos. A professora Rosilda ensina que, quando jovens, esses quelônios são onívoros e somente na maturidade passam a ser herbívoros. A ingestão de pequenos pedaços de plásticos, como fração de um canudinho ou um filme plástico que foi utilizado em alguma embalagem, leva a morte do animal.
Essa fraca sensibilidade no palato, nota Rosilda Campos, também é verificada em ruminantes, que formam outro grupo de vítimas de resíduos sólidos. “No caso dos ruminantes, os plásticos ficam entre os dois estômagos dos animais e causam mal estar, apatia, o peso da digestão nunca concluída”, conta.
O Recife tem cerca de onze quilômetros litoral e duas grandes praias, Pina e Boa Viagem. Por dia, são recolhidos coisa de 15 toneladas de resíduos (incluindo os que os banhistas depositam nas lixeiras). A operação de limpeza urbana também é integrada por 54 garis. O que eles não conseguem coletar, é retirado por duas máquinas que peneiram a areia.
Vale o bom princípio: a ação deve ser local (a sua praia), que o resultado será global. Afinal, tartarugas e outros seres marinhos são do mundo. Como os golfinhos e as baleias. Novos estudos apontam esses cetáceos como novas vítimas de resíduos. Em 2008, 134 tipos de redes foram encontradas em duas cachalotes, na Califórnia, Estados Unidos. Em 1999, uma baleia de Cuvier tinha 33 quilos de plástico no corpo e morreu em Biscarrosse, França. Os estudos foram apresentados ao comitê científico da Comissão Baleeira Internacional (CBI).
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Ovos de tartaruga cabeçuda não eclodem
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