Notícias

Fontes renováveis lideram leilão de energia

Mais de 2 mil megawatts de nova capacidade de energia elétrica, disponível até 2014, foram comercializados no Leilão A-3 de agosto.  

Flávia Moraes ·
5 de setembro de 2011 · 13 anos atrás
O Leilão de Energia A-3 deste ano, realizado em agosto, resultou na comercialização de 2.744 megawatts (MW) de nova capacidade ao sistema elétrico brasileiro e deve atender ao mercado consumidor até 2014. Foram 51 usinas contratadas, para as quais os investimentos na construção devem chegar a R$ 6,5 bilhões. Do total de energia, 62% é oriunda de fontes renováveis – hídrica, eólica e biomassa – e 38% de fonte fóssil (gás natural).

Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace, avalia o resultado como “um novo salto de competitividade da geração eólica, que começa a apresentar preços compatíveis com os de usinas hidrelétricas. As eólicas negociaram cerca de 2 mil MW e agora, somando-se ao potencial de crescimento do setor que já era previsto para 2013, teremos mais de 7 mil MW de energia eólica na matriz brasileira em três anos, montante que equivale a meia usina de Itaipu”.

Contudo, Baitelo ressalta que usinas de cogeração a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas tiveram um baixo desempenho de contratação no leilão. “Isso deixa claro que essas fontes não contam com igualdade nas condições de financiamento, isenções e deduções fiscais ou com um conjunto regulatório suficiente para permitir seu desenvolvimento na matriz elétrica brasileira. Na verdade, apesar do ótimo desempenho das eólicas, o setor pede leilões exclusivos para cada fonte, a fim de permitir o desenvolvimento paralelo de todas elas e não a perda de espaço de algumas”, conclui.

Os empreendimentos negociados contemplaram os estados da Bahia (266 MW), Ceará (104 MW), Maranhão (499 MW), Minas Gerais (40 MW), Mato Grosso do Sul (98 MW), Pernambuco (78 MW), Piauí (76 MW), Rio de Janeiro (530MW), Rio Grande do Norte (53 MW), Rio Grande do Sul (492 MW), Rondônia (450MW) e São Paulo (60 MW). Estima-se uma movimentação financeira, nos contratos de compra e venda entre geradores e distribuidores, de R$ 29,14 bilhões no prazo de 20 e 30 anos.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, em entrevista coletiva ao final do Leilão, afirmou que o resultado do processo de contratação foi amplamente positivo, já que não houve uma categoria de energia que tenha dominado o mix de contratação (veja o resultado das fontes contratadas na tabela abaixo).

  • Flávia Moraes

    Jornalista, geógrafa e pesquisadora especializada em climatologia.

Leia também

Reportagens
18 de abril de 2024

A nova distribuição da vida marinha no Atlântico ocidental

Estudo de porte inédito pode melhorar políticas e ações para conservar a biodiversidade, inclusive na foz do Rio Amazonas

Análises
18 de abril de 2024

Uma COP 30 mais indígena para adiarmos o fim do mundo

Sediada pela primeira vez na Amazônia, a conferência traz a chance de darmos uma guinada positiva no esforço para frear a crise climática que ameaça nossa espécie

Notícias
18 de abril de 2024

PSOL pede inconstitucionalidade de lei que fragiliza o licenciamento ambiental no ES

Para o partido, as mudanças no licenciamento estadual não estão previstas na legislação federal e prejudicam o meio ambiente; lei tirou espaço da sociedade civil nos processos

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.