Notícias

Incêndio no Cipó pode ter queimado um quinto do parque

Cerca de 7 mil hectares da unidade foram destruídos no incêndio considerado criminoso. Mais de 160 pessoas ajudaram no combate as chamas.

Daniele Bragança ·
16 de outubro de 2012 · 13 anos atrás
Brigadistas combatem fogo no Parque Nacional da Serra do Cipó. Foto: Divulgação/ICMBio.
Brigadistas combatem fogo no Parque Nacional da Serra do Cipó. Foto: Divulgação/ICMBio.

Com ajuda da chuva e de mais de 160 homens, foi controlado no último sábado (13) o incêndio de grandes proporções que destruiu parte do Parque Nacional da Serra do Cipó, na região Central de Minas Gerais. Para o ICMBio, a origem do incêndio foi criminosa. “Quem colocou fogo sabia exatamente onde colocar”, afirmar Edward Elias, analista ambiental e chefe substituto do Parque Nacional da Serra do Cipó.

Segundo dados preliminares do ICMBio, cerca de 7 mil hectares do Parque foram atingidos pelo fogo. Como a Parque Serra do Cipó tem 31.639 hectares, isso significa que 22% do parque queimou. O cálculo é impreciso. O total da área queimada só será conhecido depois, mas já se sabe que é o pior incêndio nos últimos 20 anos. “O nosso pessoal sobrevoa com o GPS ligado e tenta pegar o perímetro, para termos uma ideia inicial do dano. O que precisa ser feito depois é fazer uso de sensoriamento remoto, de imagem de satélite, para agente ver melhor a área […]. Uma avaliação mais aferida será feita usando imagem de satélite”, explica Edward Elias Júnior.

A situação se complicou na semana passada por causa do vento forte, que fez o fogo se alastrar de modo muito rápido. Além do vento, a ausência de chuvas piorou a situação. Fazia 4 meses que não chovia na região. Finalmente, a frente fria que tomou conta da região no feriado trouxe também a chuva, que ajudou no combate as chamas.

Além da chuva, o reforço das brigadas de outros parques foi fundamental para conter o fogo. Na quarta-feira, a direção do Parque já tinha acionado a Coordenação de Emergências Ambientais, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, alertando que o incêndio havia entrado no nível 3, caracterizado como de grande proporção. A Coordenação de Emergências Ambientais acionou estados, força-tarefa e o Parque contou com a  ajuda dos bombeiros, da polícia militar e de brigadistas e voluntários de outras unidades de conservação para combater o fogo.
 
Ao todo, 6 aviões e 4 helicópteros também ajudaram a deter a queimada. O uso de aeronaves é essencial no combate ao fogo, pois a intensidade das chamas dificulta o trabalho dos brigadistas por terra e até coloca em risco suas vidas.

Com a queimada já controlada desde sábado, o pessoal do parque está monitorando as áreas de risco e analisando os impactos causados: “Nesse momento, 35 pessoas estão de prontidão na unidade. Entre brigadistas, analistas ambientais e o pessoal da gestão do parque”, conclui Edward Elias Júnior.

Leia Também
 
 
  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Salada Verde
12 de dezembro de 2025

Gilmar Mendes pede urgência na votação do Marco Temporal

Na reta final do ano, ministro solicitou que o julgamento ocorra em formato virtual entre os dias 15 a 18 de dezembro, pouco antes do recesso do STF

Notícias
12 de dezembro de 2025

“Papagaio cientista”: monitoramento da ave revela nova população de ipês raros

Trabalho que seguia grupo de papagaio-chauá se deparou com as árvores criticamente ameaçada de extinção em área afetada pelo rompimento da barragem de Mariana

Salada Verde
12 de dezembro de 2025

Pesquisadores do Jardim Botânico descobrem nova espécie de bromélia

Espécie é endêmica da Mata Atlântica e foi coletada na Bahia; atividades humanas na região onde foi avistada ameaçam sua sobrevivência

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.