Um biólogo marinho bem-humorado poderia dizer que a família Rhincodontidae só contém a espécie Rhincodon typus, porque seus indivíduos são tão grandes que ocupam todo o espaço disponível. O maior indivíduo já registrado tinha um comprimento de 12,65 metros e pesava mais de 21,5 toneladas e não são raros os relatos não confirmados de animais consideravelmente maiores, com mais de 14 metros e pesando mais de30 toneladas. Com dimensões que rivalizam as de muitas baleias, o apelido tubarão-baleia lhe cai muito bem.
É a maior espécie de tubarão, identificada pelo corpo robusto, cabeça larga e achatada, boca em posição quase terminal e pela coloração, que inclui numerosas manchas e listras verticais. Apresenta quilhas laterais, a mais inferior continuando até o pedúnculo caudal.
O tubarão-baleia vive em águas oceânicas tropicais e quentes temperadas, na zona epipelágica (até 200 metros de profundidade no mar). Podem ser encontrados nas costas do sudeste e sul da África, Índia, Honduras, Belize, no oeste da Australia, Filipinas, México, Indonésia, Madagascar, Moçambique, Tanzânia, Israel (muito raro) e, claro, Brasil. Aqui, se distribui ao largo de praticamente toda a costa, desde a região Nordeste até a região Sul. Ocorre com maior frequência no Arquipélago de São Pedro e São Paulo, seguido pela região Sudeste, em particular nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
A alimentação do Rhincodon typus é constituída de grandes quantidades de pequenos peixes, plâncton, macro-algas, krill, crustáceos, pequenos polvos e outros invertebrados, os quais consome por uma estratégia de alimentação por filtragem. Ele explora regiões de concentração de plâncton ou pequenos peixes através do olfato. As várias fileiras de dentes não atuam na alimentação: a água passa pela boca do animal à uma velocidade de até 1,7 litros/segundo, sai através dos arcos das brânquias e todo o material retido ali é engolido.
Seus hábitos reprodutivos ainda são obscuros. Sabe-se, no entanto, que são ovovivíparos:os ovos permanecem no corpo da fêmea que dá luz a filhotes com 40 a 60 cm. Acredita-se que eles alcancem maturidade sexual por volta dos 30 anos e sua longevidade é estimada como sendo entre 70 e 100 anos.
Embora o animal seja completamente inofensivo ao homem, o revés não se verifica. Ameaçado pela pesca predatória comercial e artesanal nas mais diversas partes do globo, tanto a IUCN quanto o ICMBio, no Brasil, consideram a espécie Vulnerável. Os esforços de conservação da espécie se concentram em unidades de conservação como a Reserva Biológica do Atol das Rocas (RN), Parque Nacional Marinho dos Abrolhos (BA), Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (PE) e Parque Estadual Marinho Lage de Santos (SP). A espécie também faz parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Tubarões do ICMBio previsto para o ano de 2013.
Socó-jararaca: nome peculiar para uma ave peculiar
Surucucu: a Dona da Noite
Um gato do mato com pedigree real
Leia também
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2024/07/26265111-high.jpeg?resize=600%2C400&ssl=1)
Desmatamento no Cerrado cai no 1º semestre, mas ainda não é possível afirmar tendência
Queda foi de 29% em comparação com mesmo período do ano passado. Somente resultados de junho a outubro, no entanto, indicarão redução de fato, diz IPAM →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2024/07/15035560-high.jpeg?resize=600%2C400&ssl=1)
Unesco reconhece Parna dos Lençóis Maranhenses como Patrimônio da Humanidade
Beleza cênica e fato de os Lençóis Maranhenses serem um fenômeno natural único no mundo levaram organização a conceder o título →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2024/07/unnamed.png?resize=600%2C400&ssl=1)
Dez onças são monitoradas na Serra do Mar paranaense
Nove adultos e um filhote estão sendo acompanhados pelo Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar. Primeiro registro ocorreu em 2018 →
Artigo cientifico de pesquisadores brasileiros sobre o tubarão-baleia no Arquipélago de São Pedro e São Paulo
Whale Shark (Rhincodon typus) Seasonal Occurrence, Abundance and Demographic Structure in the Mid-Equatorial Atlantic Ocean
Bruno C. L. Macena , Fábio H. V. Hazin
http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.13…