![]() |
O manejo de pesca sustentável realizado pelo povo Paumari nos rios Tapauá e Cuniuá, situados no Médio Purus, no sudoeste do Amazonas, começa a dar resultados. O projeto, conduzido em parceria com a Operação Amazônia Nativa (Opan), prevê a pesca controlada de pirarucu, com objetivo de repovoar os lagos da Terras Indígenas Paumari do Lago Manissuã, do Lago Paricá e do Lago Cuniuá. O trabalho é considerado pioneiro na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável com os integrantes da comunidade atuando como protagonistas do trabalho de preservação.
Na primeira pesca realizada com autorização do Ibama após mais de cinco anos de cuidados para repovoar os lagos, os números são animadores, de acordo com informe divulgado pela Opan. “Foi pescado um pirarucu de 181 quilos e 2,49 metros, algo que é uma completa exceção em todo Amazonas”, afirmou em nota Felipe Rossoni Cardoso, pesquisador e coordenador do Programa de Conservação e Manejo de Recursos Pesqueiros do Instituto Piagaçu (IPI), um dos assessores técnicos envolvidos no projeto.
O trabalho chegou a ser ameaçado no ano passado por invasões de barcos pesqueiros atraídos pela população crescente de pirarucus na região. A mobilização da comunidade e a organização de grupos para vigilância em contato direto com as autoridades garantiu o sucesso do projeto. O peso médio dos primeiros peixes foram, segundo o informe da Opan, de 70 quilos, número superior a estimativa de peixes adultos de 45 a 50 quilos. Confira alguns números do projeto:
![]() |
Leia também:
Invasões em terras indígenas ameaçam projeto de pesca sustentável
Terras Indígenas demarcadas ajudam a frear desmatamento
As terras indígenas do Brasil vistas do espaço
Leia também

Brasil lança Metas Nacionais de Biodiversidade, mas não sabe qual o custo de implantá-las
Em 20 de fevereiro, o governo lançou as Metas Nacionais de Biodiversidade, que planejam deter a extinção de espécies, estimular a restauração florestal e reduzir o desmatamento até 2030 →

Vida selvagem e meta para zerar desmatamento são prejudicados por ataques às unidades de conservação
O estudo “Passando a boiada” alerta que tais áreas protegidas garantem igualmente o bem-estar social e econômico do país →

Vozes do Planeta estreia nova temporada com debate sobre calor extremo e justiça climática
Podcast pioneiro em jornalismo ambiental debate racismo ambiental, eventos extremos e desigualdade climática com a ativista Amanda Costa →