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Mudanças climáticas e a era dos extremos da água no Brasil

Afetado por cheias na Amazônia e secas que castigam o Sudeste, país tem pouco a comemorar em 22 de março, Dia Mundial da Água

Daniel Santini ·
20 de março de 2014 · 9 anos atrás

O Dia Mundial das Águas é celebrado no próximo sábado, dia 22 de março. O Brasil, porém, tem pouco a comemorar em meio às mudanças climáticas que afetam o planeta. O desequilibrio provocado pelo aquecimento global, marcado por contrastes extremos, gerou crises graves no primeiro trimestre de 2014. Os problemas vão das chuvas anormais que provocaram enchentes na Bolívia e na região norte do país, ao tempo seco que fez com que diferentes cidades tivessem que promover rodízio no abastecimento de água. Neste contexto, ferramentas de visualização de dados podem ser fundamentais para traçar relações e melhor entender a situação – e, assim, pensar em soluções, formas de minimizar danos ou prevenir tragédias. Os mapas de precipitação do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, por exemplo, ajudam a visualizar como a chuva se concentrou em algumas regiões neste primeiro trimestre.

As relações entre a chuva que deixou Rondônia debaixo d´água e a seca na região sudeste são claras para quem acompanha o assunto. Em sua coluna no jornal O Vale, de São José dos Campos (SP), o geólogo e pesquisador do INPE Paulo Roberto Martini destacou como o verão seco em São Paulo e cidades próximas é consequência da concentração de temporais na Amazônia Ocidental. “A umidade ficou por lá mesmo e acabou gerando um verão tremendamente chuvoso em todo o sistema formador do Rio Madeira. Os rios Mamoré, Beni e Madre de Dios atingiram cheias excepcionais”, escreveu. Os rios encheram tanto que é possível visualizar as cheias por satélite

Enquanto, em São Paulo o nível dos reservatórios despencou, conforme é possível visualizar no gráfico abaixo, feito a partir dos dados da Sala de Situação da Agência Nacional de Águas (ANA). 

 



A crise de abastecimento é uma das mais graves das últimas décadas, conforme é possível observar no gráfico do próprio boletim da ANA, reproduzido abaixo.

 

 

Leia também:
Teimosia antiga e as enchentes na Amazônia
Maior cheia já registrada no Rio Madeira mantém Acre isolado
Mudanças climáticas: chuvas alagam florestas na Bolívia

 

 

 

  • Daniel Santini

    Responsável pela plataforma ((o)) eco Data. Especialista em jornalismo internacional, foi um dos organizadores da expedição c...

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Comentários 5

  1. Vlamir Leggieri diz:

    É colhido mais cedo e exige mais herbicidas. Só bobo pra acreditar num semi artigo desse.


  2. Julio diz:

    BRASIL , MAIOR PRODITOR DE CELULOSE, COM APENAS 0,5% DE SEU TERRITÓRIO EM EUCALIPTO.KE
    Será lobby das madeireiras candadenses?
    Lá, derrubam de verdade ,o dobro do que “queimam” na Amazônia.
    Arvores da Amazônia como pau de balsa, pouco pesquisados, crescem em 2,5 a 3 anos, muito mais q eucalipto. NEM POR ISTO, A AMAZÔNIA SECA…


  3. Paulo Roberto diz:

    Se os motivos apresentados pela turma da campanha, porque nada foi colocado sobre sequestro de carbono, provenientes dessas áreas plantadas?


  4. Renato Ribeiro dos Santos diz:

    Esse movimento deveria estudar mais sobre cultura de Eucalipto.


  5. MARCO ANTONIO ARAUJO MARTINS diz:

    Conseguiu vitoria porque comprou , mais uma vez, parte do legislativo. Inocência seria acreditar que
    os legisladores votaram a favor do ladrão condenado, por patriotismo ou bem do Brasil. Puro intere$$e particular. Como patrocina ONG$.