A Islândia retomou sua caça comercial de baleias-fin após uma suspensão de 2 anos, abatendo a primeira de uma leva planejada de 180 baleias, cuja carcaça foi trazida para Hvalfjördur. Essa primeira morte gerou protestos de grupos defensores de animais que consideram a caça “cruel e desnecessária”.
Fotos secretas tiradas a bordo do Hvalur 8 pelo Greenpeace mostram a baleia arpoada ser cortada para retirar a carne que deverá ser exportada para o Japão. As baleias-fin (Balaenoptera physalus), também conhecidas como baleia-comum, são o segundo maior animal da Terra, depois da baleia azul, e aparecem na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), que corresponde a espécies ameaçadas.
O Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW – International Fund for Animal Warfare) condenou o baleeiro islandês Kristján Loftsson, que retomou a caça às baleias-fin após uma pausa de dois anos. “É um dia triste ver essas imagens e saber que esse animal em extinção sofreu uma morte cruel, apenas para ser retalhado e para retirar uma carne que ninguém precisa”, disse Robbie Marsland, diretor do IFAW do Reino Unido.
“Já é hora dsta indústria acabar. Instamos o governo islandês a ouvir os seus operadores de avistamento de baleias e de turismo e os muitos membros do público, tanto dentro como fora da Islândia, e reconhecer que o abate das baleias não é rentável, mas é desumano. A atividade de avistamento de baleias traz maior benefício para as comunidades costeiras”.
A Islândia paralisou a caça à baleia-fin em 2011 e 2012, em parte porque o Japão, seu maior mercado, estava sofrendo uma crise econômica depois do devastador tsunami que ocorreu em março de 2011. A Islândia abateu 7 baleias-fin em 2006, 125 em 2009 e 148 em 2010.
A empresa de Loftsson, a Hvalur, planeja caçar até 180 baleias na temporada de 2013. A Comissão Baleeira Internacional proibiu a caça comercial, mas a sua autoridade não é reconhecida pela Islândia. Mais de 1 milhão de pessoas de todo o mundo assinaram uma recente petição online contra o comércio de carne de baleia-fin islandesa, em meio a revelações de que algumas delas, no Japão, acabaram misturadas em produtos para alimentação de cães.
“A atividade baleeira é brutal e pertence a uma época passada e não ao século 21”, disse John Sauven, diretor do Greenpeace no Reino Unido. “É profundamente lamentável que um único baleeiro islandês apoiado pelo governo esteja minando a proibição global da caça comercial, que existe para garantir o futuro das baleias do mundo.”
*Esse texto foi publicado originalmente no Guardian através da parceria de ((o))eco com a Guardian Environment Network. Tradução de Eduardo Pegurier.
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