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Copa do Mundo das áreas protegidas: Espanha

 La Furia foi aplacada bem cedo na competição. Uma das maiores biodiversidades da Europa, a Espanha luta para se manter no jogo da conservação ambiental.

Paulo André Vieira ·
1 de julho de 2014 · 10 anos atrás

A decepcionante participação de La Furia na Copa de 2014 surpreendeu muita gente, já que os espanhóis eram considerados sérios candidatos ao título em terras brasileiras. Seus torcedores acreditavam que o histórico de eliminações precoces, que sempre os deixavam com um gosto amargo na boca, havia finalmente ficado no passado. A performance espanhola em Copas do Mundo sempre rendeu mais elogios do que resultados positivos, mas a seleção conseguiu nos últimos 10 anos se firmar como uma das potências no futebol, o que culminou com o tão sonhado título mundial em 2010.

No campo da conservação da natureza a Espanha também evoluiu muito nas últimas décadas. O país luta para proteger o que resta de uma das maiores biodiversidades da União Européia e um dos 25 hotspots de biodiversidade do mundo. Uma luta mais do que necessária, pois o desenvolvimento das atividades econômicas está consumindo e degradando os recursos naturais a um ritmo vertiginoso.

As áreas protegidas na Espanha somadas atingem 4.356.600 hectares, o que corresponde a 8,59% de seu território, um pouco abaixo da média mundial.

O mais antigo parque nacional da Espanha é o Parque Nacional Picos de Europa, com 64.660 hectares, criado em 1918. O parque oferece 30 trilhas que abrangem as áreas mais representativas da região, como vales, pastos alpinos, lagos, cordilheiras, penhascos e picos. O parque abriga várias espécies protegidas, como o tetraz-grande (Tetrao urogallus), o abutre-barbudo (Gypaetus barbatus) e o urso-pardo (Ursus arctos). Um dos animais mais representativos é a camurça (Rupicapra rupicapra), da qual existem várias esculturas em diferentes partes do parque.

Outro parque criado no mesmo ano foi o Parque Nacional Ordesa y Monte Perdido, com 15.608 hectares. Ele recebe mais de 600 mil visitantes anualmente e foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1997. Abriga uma variedade de diferentes habitats pois se localiza na fronteira entre a Europa continental e a mediterrânea. Por lá podem ser encontrados quase 40 espécies de mamíferos, mais de 60 espécies de aves, 5 de anfíbios, 8 de répteis e 5 de peixes. Infelizmente uma das espécies mais importantes do parque, o íbex-dos-pirenéus (Capra pyrenaica pyrenaica), foi extinta em janeiro de 2000, apesar dos esforços para sua preservação.

O Parque Nacional das Tablas de Daimiel é o menor dos parques nacionais espanhóis, com apenas 3 mil hectares. Porém é o último representante de um ecossistema único na Europa, uma região de várzeas úmidas localizadas na árida parte central da Península Ibérica. O parque é importante para a grande quantidade de aves migratórias que passam pela região, como patos e gansos. Nos últimos anos, a demanda por água para a agricultura e a exploração excessiva dos recursos hídricos nas regiões vizinhas têm causado a diminuição do lençol freático e a redução do tamanho das zonas úmidas.

Veja abaixo algumas das figurinhas carimbadas das unidades de conservação da Espanha.

Parque Nacional Picos de Europa
Parque Nacional Picos de Europa

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Áreas protegidas do mundo em incríveis fotos 360°

 

 

 

  • Paulo André Vieira

    Produtor Editorial formado pela UFRJ, atua em ((o))eco desde 2007 escrevendo sobre geojornalismo e cuidando da edição e gestão do site.

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