Nosso dia começou com uma ida ao tanque que visitamos logo na chegada à RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Sesc Pantanal. Ele estava ainda mais seco do que na quarta-feira (08), apenas com uma pequena poça e fendas onde a água lamacenta se acumulava.
Desta vez, porém, fomos com o caminhão-pipa, que despejou 8 mil litros de água proveniente do poço artesiano do Polo São Luís, onde estivemos baseados todos estes dias. Não foi, nem de longe, o suficiente para enchê-lo, mas já deu uma sobrevida para a disponibilidade hídrica na região.
Alessandro de Amorim, chefe de brigada que tem nos acompanhado todos estes dias, comentou que a RPPN, ao longo de seus 108 mil hectares, tem 50 reservatórios. Seis deles são abastecidos pelo caminhão-pipa. Os demais estão próximos dos rios São Lourenço e Cuiabá, que cercam a reserva, e alguns outros ainda não houve a necessidade de abastecimento. São longas as distâncias de cada um deles para os polos, onde ficam os poços artesianos e bases dos brigadistas, ainda assim, com bastante organização, é possível mantê-los com água suficiente para que, mesmo com a intensa seca, os animais possam se hidratar.
Porém, toda vez que um foco de incêndio surge, toda brigada é mobilizada para, na maior velocidade possível, apagá-lo. Isso desmobiliza o trabalho de abastecimento dos reservatórios. Há poucas semanas, houve um incêndio próximo à Reserva, em área que os brigadistas também atuam, e que demandou trabalho da equipe, razão pela qual os reservatórios que visitamos quando chegamos estavam em tamanha secura.
A água despejada do caminhão durará cerca de 10 a 15 dias, a depender das condições climáticas. Foi interessante verificar que, logo após o abastecimento, algumas espécies de aves já se aproximaram para beber água.
Encerrado o abastecimento, voltamos para o Polo, almoçamos, pegamos nossa bagagem e partimos em direção à Estrada Transpantaneira, chegando ao nosso destino apenas após 6h de estrada e uma distância de aproximadamente 270 km, boa parte deles em estradas de terra, que contam com muitas pontes, já que muitos trechos durante a cheia viram rios e corredores de água. Em uma delas, já durante a noite, furamos um pneu, o segundo da viagem.
Na chegada (com emoção) ao nosso local de hospedagem, encontramos membros do Corpo de Bombeiros e da ONG AMPARA, que atua com resgate e reabilitação de animais silvestres. Nos próximos dias, iremos acompanhar a ação desses dois grupos, mas por hoje, só descansar do longo dia.
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