A motosserra não tem tido folga no sul do Amazonas. O estado perdeu em abril, época ainda de chuvas na floresta tropical, uma área de 347 km². O número é equivalente ao território da cidade de Belo Horizonte e três vezes maior do que o registrado em março, quando foram perdidos 106 km² de vegetação.
De fato, o programa Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais, tem mostrado que, em 2022, a destruição na nova fronteira do desmatamento acumula um recorde atrás do outro.
Em janeiro, o Amazonas perdeu 44 km² de florestas, número sete vezes maior do que o mesmo período em 2021, quando foram registrados 5,86 km² de desmatamento. Em fevereiro, foram 40,49 km² sob alerta, um aumento de 58% em relação ao mesmo período do ano anterior (25,81 km²). Em março, um novo recorde: 106 km² de desmatamento, número 72% maior que o mesmo período de 2021, quando foram gerados alertas para 61,41 km² no estado.
Novamente em abril, o Amazonas foi o estado que mais registrou avisos de desmatamento, ultrapassando Pará e Mato Grosso, que, historicamente, sempre ocupavam as primeiras posições do ranking de desmatadores.
Segundo a Sala de Situação da Amazônia (AMS), também do INPE, em abril de 2022 o desmatamento no Amazonas foi concentrado em Áreas Indefinidas, com 40,9% do total, seguido por Assentamentos Rurais, com 33,33%, áreas com Cadastro Ambiental Rural, com 23,3%, e Unidades de Conservação, com 2,29%.
Outros estados
Em todo o bioma, os alertas de desmatamento do sistema Deter chegaram a surpreendentes 1.012 km², área do tamanho da cidade de Belém.
Depois do Amazonas, o Pará ficou na segunda posição do ranking, com 287 km² de desmatamento, número seis vezes maior do que o mês anterior, quando foram detectados 45 km² de desmatamento.
O terceiro lugar do ranking foi para o Mato Grosso, que registrou 242 km² de desmatamento em abril, número 124% maior do que o mês anterior.
Em seguida, vem Rondônia, com 108 km² de área sob alerta, seguido por Roraima, com 16,7 km², Acre e Maranhão, ambos com 6 km² e Tocantins, com 1 km² sob alerta de desmatamento. Não foram registrados alertas no Amapá.
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