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Japão anuncia o retorno da caça à baleia. Entenda por que isso é uma boa notícia

A partir desta segunda-feira (1º), o país se limitará a caçar apenas no seu território, deixando os cetáceos do hemisfério sul e da Antártida em paz

Sabrina Rodrigues ·
1 de julho de 2019 · 5 anos atrás
Os baleeiros japoneses não caçarão em águas do hemisfério sul e nem da Antártida. Foto: Baleia Jubarte (Megaptera novaeangliae)/Pixabay.

Após se retirar da Comissão Baleeira Internacional (CBI), o Japão anunciou que retomará, a partir desta segunda-feira (01), a caça comercial de baleias. Segundo as autoridades pesqueiras, até o final do ano serão capturadas 52 baleias da espécie Minke (Balaenoptera acutorostrata), 150 de baleia-de-Bryde (Balaenoptera brydei) e 25 baleia-comum (Balaenoptera physalus). 

Essa pesca está restrita às águas jurisdicionais do Japão. O país não pode mais pescar baleias em águas internacionais, como fazia todo ano usando a cláusula da CIB para pesca “para fins científicos”. O subterfúgio da caça científica permitiu ao Japão, por mais de 30 anos, matar centenas de baleias na Antártica e no Pacífico Norte. Agora isso acabou. 

“O Japão não pode mais caçar em águas internacionais e vai caçar unicamente nas suas águas jurisdicionais, número bem mais reduzido de animais, e a tendência é que mesmo isso acabe, porque não existe mais mercado para carne de baleia”, comemora José Truda Palazzo Júnior, coordenador de Desenvolvimento Institucional do Projeto Baleia Jubarte. Truda esteve na delegação da CIB por mais de 20 anos. 

Ainda segundo Truda, não há mais demanda para a carne de baleia. “Você vê que a Islândia, por exemplo, não vai matar nenhuma baleia esse ano. Eles estão alegando que a licença de governo chegou tarde para a única empresa baleeira, mas o fato é que não existe mais mercado suficiente para sustentar as atividades baleeiras em larga escala”. 

Há anos os países tentam frear a caça indiscriminada feita pelo Japão. O país chegou a sofrer ameaças de sanções pela Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES). Na reunião da CIB no ano passado, que ocorreu em Florianópolis, foi aprovada a “Declaração de Florianópolis”, documento que reafirma que a caça das baleias não é mais necessária e priorizou os esforços, dentro da comissão, das atividades de pesquisa e uso não-letal das baleias. A aprovação desta declaração fez o Japão cumprir a promessa de sair da CIB. 

“A nossa esperança é de que no futuro próximo não haja mais caça da baleia em nenhum lugar do mundo. Mas considerando o cenário na comissão e o que acontecia até o ano passado, foi um grande avanço o que aconteceu, é essa a razão da gente comemorar”, afirma José Truda.

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    Repórter especializada na cobertura diária de política ambiental. Escreveu para o site ((o)) eco de 2015 a 2020.

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Comentários 2

  1. marciomottabio diz:

    Segundo os dados IWC, de 1987 a 2017 foram caçadas mais 14 MIL 625 baleias e não apenas algumas centenas…


  2. F.Raeder diz:

    Melhor um comentário abalizado de alguém que entendo do assunto, nesse caso, do Truda, do que o usual em matérias sobre qualquer questão de gestão ambiental…achismos e sentimentos pra todo lado! Ainda melhor que nesse caso o melhor cenário é justamente CONTRA o senso comum dos eco-palpiteiros…a retomada de caça à baleia pelo Japão, nesse contexto, foi BOA!