A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva reconheceu hoje que a área ambiental do governo vive “um momento difícil”. A afirmação vem um dia após parlamentares aprovarem o repasse da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para outros ministérios.
Os cortes foram chancelados numa comissão mista que analisa a medida provisória da reforma administrativa. O relatório do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL) foi aprovado por 15 votos a favor e três contra. O texto será votado no plenário da Câmara e, depois, seguirá ao Senado.
“Estão transformando a medida provisória do governo que ganhou na medida provisória do governo que perdeu [as eleições]”, destaca Marina Silva. “Vamos resistir manejando essas contradições, criando alternativas e buscando soluções”, afirma.
Segundo ela, os possíveis retrocessos prejudicam as políticas para conter o desmatamento e combater as crises do clima e da perda de biodiversidade. “O que está acontecendo não é bom para ninguém, nem para o Congresso e inclusive para o agronegócio”, pontua.
Mesmo com parlamentares governistas apoiando as mudanças, ela poupou a administração federal e o presidente Lula pelo cenário político congressista. Marina fez o “L” com uma das mãos antes da posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“O governo Bolsonaro foi de desconstrução da política socioambiental brasileira. Já o presidente [Lula] disse no Japão [na reunião do G7] que o Brasil deverá ser um grande exportador de sustentabilidade”, lembra a ministra do Meio Ambiente.
O servidor federal Mauro Pires assumiu hoje como novo presidente do ICMBio. Ele substitui o interino Marcelo Marcelino, agora diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do órgão. As demais diretorias serão ocupadas majoritariamente por mulheres.
Pires destaca para sua gestão medidas como democratizar o acesso às unidades de conservação, resolver a titularidade de terras de comunidades tradicionais, ampliar a participação social, reaproximar a autarquia da academia e de agências de cooperação internacional.
“Nossa missão de imediato é acabar com o desmatamento nas unidades de conservação”, frisa. O ICMBio responde pela gestão de 14 centros de pesquisa e 334 unidades de conservação no país. Elas cobrem 19% do território e 26% da área marinha nacionais.
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Na década de noventa eu imaginava que sobrariam as Áreas Protegidas ( Reservas Indígenas, UC, Reserva Lega e Apps), com esse cenário que nos avizinha. Vivemos tempos tenebrosos. Para restaurar demora no mínimo 38 anos. E é sabido que dinheiro não é comida ou não se come dinheiro!