Eleito governador de Mato Grosso do Sul, o empresário Eduardo Riedel (PSDB-MS) disse que buscará estruturar o combate a incêndios e desmatamento ilegal no Pantanal. Pelos próximos quatro anos, Riedel irá governar o estado que abrange mais da metade da maior área úmida do mundo. A declaração foi dada, nesta segunda-feira (31), durante entrevista à CNN Brasil.
“Temos que estruturar uma ação de combate à questão dos incêndios, ao desmatamento ilegal e, ao mesmo tempo também, priorizar o desenvolvimento da atividade turística no Pantanal, uma pecuária sustentável – que já tem estruturado um plano para a pecuária orgânica no Pantanal com remuneração direta do governo –, mas acima de tudo criar as condições culturais para que a gente tenha a preservação desse nosso bioma”, disse Riedel durante a entrevista.
O governador eleito também abordou o período de seca no bioma, que desde 2018 não registra cheias significativas. “Quando nos ciclos de seca, poder tá estruturado pra conseguir viabilizar o controle de queimadas, que não é só no Pantanal, às vezes no bioma cerrado, ou em outro também, nós temos que estar estruturados pra essa ação”, acrescentou.
Com o apoio da ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina (PP-MS) – eleita senadora por Mato Grosso do Sul no primeiro turno –, Riedel derrotou por 56,9% a 43,1% dos votos o candidato Capitão Contar (PRTB-MS), que chegou a contar com o apoio inesperado de Jair Bolsonaro (PL), declarado durante debate presidencial na TV Globo, realizado ainda no primeiro turno.
Como mostrou ((o))eco, Contar demonstrou alinhamento ao bolsonarismo em seu plano de governo, o que também se repetiu na questão ambiental. O documento citou o Pantanal duas vezes, no eixo que abordava o turismo.
No plano do governador eleito, o bioma foi mencionado três vezes em diferentes propostas, onde mostrou a busca de “implantar e melhorar a infraestrutura viária na região do Pantanal”; “intensificar ações de educação ambiental e de conservação da biodiversidade dos biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica”; e “promover a produção sustentável, a cultura, o turismo, a infraestrutura e a conservação do Bioma Pantanal”.
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