Mais uma troca de comando nas superintendências estaduais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Nordeste vem causando indignação nos servidores do órgão. Dessa vez aconteceu na Paraíba, cujo novo superintendente, Bartolomeu Franciscano do Amaral Filho, já foi réu por crime ambiental no órgão estadual da Paraíba.
Indicação política do deputado e irmão André Amaral (PMDB-PB), Bartolomeu foi nomeado em 31 de julho para substituir Thiago Maranhão Pereira Diniz Serrano, indicação do deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB). Serrano era integrante do movimento dos cabeças-pretas da ala jovem do PSDB que votou a favor da continuidade da denúncia contra Temer do último dia 2 de agosto, sendo considerado “infiel” ao governo.
O novo superintendente é político filiado ao Partido Verde (PV) de Lucena-PB, embora tenha pouca ou nenhuma relação com a causa ambiental. Ele é servidor do Ministério do Trabalho e possui sociedade em duas empresas, sendo uma agroindústria e outra no ramo de construção de edifícios. Mas o que mais chama atenção é que Amaral foi réu em processo contra o meio ambiente, tendo sido multado em 5 mil reais pelo órgão estadual de meio ambiente da Paraíba (Superintendência de Administração do Meio Ambiente – SUDEMA) em 2013 por construir uma barragem sem o devido licenciamento ambiental. Ele pagou a multa e não houve contestação, entretanto não há informação se o dano ambiental foi corrigido. Amaral foi contactado por meio do seu assessor mas optou por não se manifestar.
Segundo um dos analistas da Superintendência do Ibama na Paraíba, a nomeação é um retrocesso:“no ciclo político passado, os cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS, cargos comissionados de livre nomeação) eram geralmente ocupados por servidores públicos, a maioria da carreira. Atualmente, falta dinheiro e as instalações estão péssimas. O desmatamento parece estar liberado e há tráfico de animais e pesca proibida sem controle”, relatou o servidor.
O representante da ONG Sea Shepherd Brasil, Igor Trigueiro, esclarece o difícil histórico da superintendência no Estado: “Na Paraíba há dois ex-superintendentes do Ibama condenados por improbidade administrativa, Erasmo Lucena e Ernesto Bezerra. Ainda hoje o loteamento de cargos continua forte. Desde a gestão de Eloy Dunda, nomeado pelo hoje líder do governo Temer na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, a superintendência da Paraíba vem sofrendo com inépcia e corrupção. Os bons servidores que ousaram ficar sofreram perseguições. Alguns foram para o ICMBio e outros sofreram processos administrativos disciplinares (PADs) sem o menor fundamento. Do corpo de 20 analistas, nove saíram durante aquela gestão. O atual superintendente é mais um que está lá para preencher um espaço e ganhar salário de DAS 104.1”.
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Total absurdo! Vergonha dessa politicagem! Quando perceberão que o planeta está "acabando", os recursos não são renováveis pra sempre!
Reportagem com aroma de morthadelah! Afinal, um superintendente anterior também enrolado com a Justica não fazia parte do ciclo PoliTico passado?
Corruptos e devedores da Justiça é o que mais têm nos altos escalões governamentais (de Municípios a União) e não é de hoje. Precisamos de um jornalismo mais responsável e pró-ativo, explorar melhor os fatos, deveriam questionar o Sr. Ministro do MMA sobre motivos da exoneração/nomeação, também o analista que teria afirmado que o desmatamento está liberado e há tráfico de animais e pesca proibida sem controle na Paraíba, além de checar as tais instalações péssimas… o que poderia ser uma grande reportagem, acaba virando uma informação pra ocupar espaço até amanhã.
Me chamo Thiago Maranhão Pereira Diniz serrano, gostaria se dizer que não sou filiado a partido político, não faço parte referida ala. Apenas sou um professor universitário, especialista em direito ambiebtal pela Universidade de Lisboa, Mestre em direito ambie tal pela mesma universidade. Me currículo está no Lattes.
Vergonha, Ô falta de carater.