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Para economizar, governo gaúcho fechará Fundação Zoobotânica

Fundação é responsável por fazer a lista vermelha de espécies ameaçadas do estado. Crise econômica a fez alvo de cortes no orçamento.

Daniele Bragança ·
13 de agosto de 2015 · 9 anos atrás
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Manifestação contra o fechamento da Fundação Zoobotânica. Foto: Facebook / APOIO à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul

A pretexto da crise econômica que assola o Rio Grande do Sul, para cortar despesas, o governador do estado decretou a extinção da Fundação Zoobotânica, entidade que administra o Museu de Ciências Naturais, o Jardim Botânico e o Zoológico de Sapucaia do Sul, além de coordenar a elaboração da lista vermelha de espécies ameaçadas do estado. A Fundação é a única entidade que faz esse tipo de monitoramento no Rio Grande do Sul.

A reação de acadêmicos, ambientalistas e trabalhadores da Fundação foi se mobilizar para impedir a extinção do órgão. Uma petição online foi criada para coletar assinaturas. Ele será entregue à Assembleia Legislativa do estado, onde está sob apreciação dos deputados estaduais o projeto que acaba com a Fundação Zoobotânica.

Além da perda científica e da conservação, 200 empregos serão extintos. A economia será de 26 milhões de reais por ano. Não é muito. O custo da manutenção das atividades do órgão não chega a 1% da receita do estado.

O governo pretende economizar e o estado irá assumir parte das atividades. O restante será tocado através de convênios com universidades e a administração do zoológico será repassada para a iniciativa privada.

Além de cuidar da lista vermelha de espécies ameaçadas, a instituição é a única do estado que fornece veneno de serpentes para produção de soro antiofídico no Sul do país.

Ajuste fiscal

O pacote de ajuste fiscal não atinge apenas a Fundação Zoobotânica. A Fundação de Esporte e Lazer (Fundergs), a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps) e a Companhia de Silos e Armazéns (Cesa) também serão extintas.

Para piorar a situação econômica no estado, a União bloqueou nesta terça-feira (11) as contas gaúchas até o pagamento da dívida do estado com a União, que representam 13% da receita mensal do estado. A medida ocorre após 4 meses de atraso nos pagamentos. O governo do Rio Grande do Sul não paga desde abril.  

 

 

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 1

  1. O eminente professor Ludwig Buckup, um dos fundadores da FZB comentou na Audiência Pública na Assembléia Legislativa do RS que sabe os motivos deste projeto intempestivo do governador Sartori. Seria bom entrevistá-lo, não?