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Tietê-de-coroa: em busca de um pequeno desaparecido

Expedição tenta encontrar ave que há 20 anos não é registrada na Mata Atlântica. Já foi tida como extinta e hoje é considerado criticamente ameaçada

Vandré Fonseca ·
12 de outubro de 2016 · 8 anos atrás
Calyptura_cristata - Ilustração de William John Swainson - Wikipedia2
Expedição busca reencontrar o Tietê-de-coroa. Ilustração: Wikipedia

Uma equipe do Observatório de Aves do Instituto Butantan está no interior do Rio de Janeiro em busca de um pequeno e raro pássaro ameaçado. O tietê-de-coroa (Calyptura cristata) mede pouco mais de 7,5 centímetros e era visto com frequência na Mata Atlântica até o século XIX, mas depois desapareceu. Chegou a ser considerado extinto, mas há 20 anos um casal foi observado na região de Teresópolis (RJ) . E este foi o último registro dele até agora.

Desde 1994, está na lista de espécies criticamente ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUNC, na sigla em inglês). Depois de um século sem registros confirmados, o passarinho foi visto novamente em 27 de outubro de 1996, pelo ornitólogo Ricardo Parrini, em uma região conhecida como Garrafão, a 500m de altitude. Até hoje, o canto dele não foi gravado, segundo informações do site Wikiaves.

Assim como para a maioria das aves brasileiras criticamente ameaçadas, o tietê-de-coroa enfrenta a perda e a destruição do seu habitat. “A criação de áreas protegidas visando resguardar os últimos refúgios onde habitam essas espécies é uma das ações básicas capazes de ajudar a evitar a sua extinção”, defende o idealizador do projeto, Luciano Lima, ornitólogo do Observatório de Aves do Instituto Butantan. “Para algumas delas, no entanto, o desconhecimento é uma ameaça ainda maior. Existem espécies tão raras que sequer sabemos se ainda temos exemplares vivos ou se já estão extintas”.

Esta é a primeira de duas expedições de 12 dias à região central do Rio de Janeiro entre a Serra do Mar e o Rio Paraíba do Sul, local onde a análise dos registros da espécie indica como mais provável de encontrar a ave. É também uma das regiões menos visitadas por ornitólogos e observadores de aves. A segunda expedição está prevista para o primeiro semestre de 2017. As viagens foram marcadas para diferentes estações do ano, para aumentar a possibilidade de encontrar o tietê-de-coroa.

 

*Com informações da Assessoria de Imprensa do Instituto Butantan

 

 

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