Reportagens

Turfeiras e emissões

Emissões de turfeiras representam 10% do total, alerta a Wetlands International. E no Ártico, o aquecimento global trouxe os cães de volta para puxar os trenós no gelo.

Gustavo Faleiros ·
10 de dezembro de 2007 · 17 anos atrás

Se tem uma ONG que está dando duro aqui em Bali para ser ouvida é a Wetlands Internacional. Fundada por um grupo de holandeses, ela está promovendo uma série de eventos e soltando protestos por toda parte para alertar sobre as emissões que estão sendo causadas pela destruição de turfeiras ao redor do mundo. A degradação é especialmente preocupante no sudeste asiático, onde a vegetação de turfas está sendo queimada e revolvida para dar lugar a largas plantações de dendê, de onde se extrai biodiesel. E olha só a estupidez: para produzir um litro de biocombustível nestas fazendas se gasta dois barris de petróleo. Totalmente insustentável.

Um estudo apresentado nesta segunda na Conferência do Clima, a Wetlands, junto com o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, indicou que as emissões das turfeiras estão na casa de três bilhões de toneladas por ano, o que equivale a 10% das emissões mundiais. A proposta para resolver o problema é bastante ousada: parar de tratar as turfeiras como floresta e sim como recurso mineral para que suas emissões possam ser reduzidas através dos mecanismos do Protocolo de Quioto.

  • Gustavo Faleiros

    Editor da Rainforest Investigations Network (RIN). Co-fundador do InfoAmazonia e entusiasta do geojornalismo. Baterista dos Eventos Extremos

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