O montanhismo no Brasil não é bem estruturado como em outros países. Quem já caminhou em outras paragens ou já ouviu relatos de amigos que visitaram parques nacionais nos Estados Unidos, Oceania, Europa e até mesmo nos nossos vizinhos Argentina e Chile sabe que nossas áreas protegidas precisam avançar muito para garantir espaço para bons acampamentos, trilhas sinalizadas e regras para impedir a degradação ambiental.
A travessia entre as cidades de Petrópolis e Teresópolis, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ) tem tudo para ser o primeiro exemplo bem sucedido aos montanhistas brasileiros. Não por sua estrutura, que ainda é carente de banheiros e trilhas bem sinalizadas, mas por sua tradição e beleza. O roteiro de 30 Km, desenhado para ser percorrido em dois dias e meio atrai número considerável de visitantes, que certamente estariam dispostos a respeitar regras mais rígidas para desfrutar momentos únicos na paisagem exuberante.
Montamos aqui um pequeno guia da trilha com fotografias para revelar os pontos altos desta linda travessia. O P.N. Serra dos Órgãos, fundado em 1939, está entre as primeiras áreas protegidas do Brasil e protege ecossistemas de montanha e vales repletos de típica vegetação de Mata Atlântica. Ali estão alguns dos pontos mais altos do Sudeste, como a Pedra do Sino, a 2663 metros. A travessia é geralmente feita nos meses de inverno, período de estiagem na região, e não tem alto grau de dificuldade. Qualquer um em razoável forma física tem capacidade para completá-la. Mas não custa estar acompanhado de um guia. E é necessário fazer reserva junto à direção do Parque, que tem uma página na Internet explicando o que se deve fazer para entrar nessa trilha.
Leia também

Perda global de florestas atinge recorde em 2024, mostra estudo da WR
Incêndios catastróficos impulsionam o fenômeno. Total perdido atinge 6,7 milhões de hectares, quase o dobro de 2023 e uma área próxima ao território do Panamá →

Ribeirinhos e MPF querem cancelar licença para remover rochas em rio da Amazônia
Ibama autorizou implosão do Pedral do Lourenço, no Pará, obra que viabiliza a hidrovia Tocantins-Araguaia, nesta segunda-feira (26) →

Podcast investiga o que restou de Porto Alegre um ano após a enchente de 2024
Com cinco episódios, a série documental traz reflexões sobre colapso, memória e reconstrução a partir da tragédia no Rio Grande do Sul →