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Observar e conservar em vias opostas

Biólogos defendem regulamentação do turismo de observação dos golfinhos. Prática desordenada em Noronha é negativa para populações, principalmente filhotes.

Redação ((o))eco ·
30 de outubro de 2008 · 15 anos atrás

Centenas de golfinhos-rotadores, aqueles que giram em torno do próprio eixo quando saltam fora d´água, visitam o Arquipélago de Fernando de Noronha diariamente em busca de um local tranqüilo para descansar, se proteger e reproduzir. Na estação chuvosa, que dura cerca de cinco meses, o local fica ainda mais interessante. É nesta época que os animais têm seus filhotes e, por isso, a incidência de recém-nascidos é maior.

A paz tão procurada pela espécie, entretanto, está cada vez mais distante. Isso porque empresas e turistas interessados na observação da espécie não medem esforços para chegar cada vez mais perto dos grupos de cetáceos.  Para eles, isso pode ser fatal.

Há 18 anos, o Projeto Golfinho Rotador – hoje executado pelo Centro Golfinho Rotador e pelo Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes (ICMBio) –  busca reduzir a mortandade da espécie por meio de educação ambiental, ações de conscientização, pesquisas e proposição de medidas de conservação junto aos órgãos de decisão do governo. É certo que muito já foi alcançado, e um exemplo disso é o fato de que a mesma quantidade de animais que era avistada em 1990 pode ser observada atualmente.

No entanto, as pressões sobre a espécie até hoje não foram totalmente solucionadas e, por isso, ações de preservação são tão importantes. Adoção de cotas de barcos, que podem chegar até perto do arquipélago, e fiscalização mais acirrada estão entre as ações propostas pelo projeto sediado em Noronha.

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