Reportagens

Observar e conservar em vias opostas

Biólogos defendem regulamentação do turismo de observação dos golfinhos. Prática desordenada em Noronha é negativa para populações, principalmente filhotes.

Redação ((o))eco ·
30 de outubro de 2008 · 17 anos atrás

Centenas de golfinhos-rotadores, aqueles que giram em torno do próprio eixo quando saltam fora d´água, visitam o Arquipélago de Fernando de Noronha diariamente em busca de um local tranqüilo para descansar, se proteger e reproduzir. Na estação chuvosa, que dura cerca de cinco meses, o local fica ainda mais interessante. É nesta época que os animais têm seus filhotes e, por isso, a incidência de recém-nascidos é maior.

A paz tão procurada pela espécie, entretanto, está cada vez mais distante. Isso porque empresas e turistas interessados na observação da espécie não medem esforços para chegar cada vez mais perto dos grupos de cetáceos.  Para eles, isso pode ser fatal.

Há 18 anos, o Projeto Golfinho Rotador – hoje executado pelo Centro Golfinho Rotador e pelo Centro de Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes (ICMBio) –  busca reduzir a mortandade da espécie por meio de educação ambiental, ações de conscientização, pesquisas e proposição de medidas de conservação junto aos órgãos de decisão do governo. É certo que muito já foi alcançado, e um exemplo disso é o fato de que a mesma quantidade de animais que era avistada em 1990 pode ser observada atualmente.

No entanto, as pressões sobre a espécie até hoje não foram totalmente solucionadas e, por isso, ações de preservação são tão importantes. Adoção de cotas de barcos, que podem chegar até perto do arquipélago, e fiscalização mais acirrada estão entre as ações propostas pelo projeto sediado em Noronha.

Leia também

Podcast
27 de outubro de 2025

Entrando no Clima #58 – Entrevista exclusiva com Ana Toni, CEO da COP30

Ana Toni faz um balanço sobre preparação para evento e comenta polêmicas, como crise das hospedagens e exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Reportagens
27 de outubro de 2025

Crise hídrica no Amazonas: quando décadas de abandono encontram uma emergência climática

Na maior bacia hidrográfica do planeta, milhões de pessoas convivem com torneiras vazias ou água de má qualidade. Esta reportagem do Vocativo em parceria com O Eco mostra como falhas persistentes no abastecimento urbano e rural, somadas ao aquecimento global, impõem a contradição da sede em meio a rios gigantes — um alerta para o futuro da Amazônia e de quem nela vive.

Notícias
27 de outubro de 2025

A Caatinga virou pasto: macaco ameaçado já perdeu mais da metade de suas florestas

Estudo mostra que avanço do pasto e agricultura no bioma já reduziu em 54% a quantidade de florestas disponíveis para sobrevivência do guigó-da-caatinga

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.