A Deutsche Welle, complexo de mídia do governo alemão, fez uma reportagem sobre a penúria em que se encontram os Parques Nacionais brasileiros, ancorada na crise do Parque Nacional Serra da Capivara, que foi obrigado a demitir a maioria dos seus funcionários.
A matéria entrevistou Maria Tereza Pádua, presidente da Associação Oeco e ambientalista que, na sua carreira nos órgãos ambientais, viabilizou a criação de 9 milhões de hectares de Parques Nacionais e outras áreas protegidas e começou projetos como o TAMAR.
“Existe um funcionário para cada 150 mil hectares [de Unidades de Conservação] e menos de um dólar por hectare. Parece brincadeira, mas é a situação. O que mais revolta é que o país gasta bilhões em estádios de futebol ou em uma hidrelétrica e não aplica recursos para a implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação”, afirmou Pádua.
Outra entrevistada foi Mariana Napolitano e Ferreira, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil. Estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estimou o potencial de receita dos Parques Nacionais brasileiros entre 1,6 e 1,8 bilhão de reais por ano. Mas, como lembrou Napolitano, existem apenas 26 parques, de um total de 69, abertos a visitação “e somente 18 possuem um infraestrutura satisfatória, com controle de fluxo de visitantes e cobrança de ingressos”.
A matéria foi reproduzida na Folha de S. Paulo e no Portal Terra.
Leia Também
Muito além da pesquisa – com Niède Guidon e Anne-Marie
Segundo corte no orçamento pode levar ICMBio à penúria
“O passivo fundiário é só a ponta do iceberg”, afirma Vizentin
Leia também
Entidades criticam consulta pública sobre combustíveis fósseis na transição energética
Em nota conjunta, a Coalizão Energia Limpa e o Observatório do Clima citam prazo de apenas 15 dias para contribuições e tendência de aumento na exploração de petróleo e gás →
MPF solicita suspensão das licenças de exploração de potássio, em Autazes
De acordo com o órgão, as obras acontecem em áreas tradicionais ocupadas pelo povo indígena Mura, além de ser um grave risco ambiental →
Caatinga pode ser severamente impactada por mudanças climáticas
Embora tenham evoluído para viver em uma clima seco, espécies do bioma e outros ecossistemas abertos não estão preparadas para as mudanças projetadas →