Notícias

Desmatamento tem aumento moderado, mas acumulado do ano é alto

No último trimestre, alertas de corte raso na Amazônica subiram 5,43%. Porém, nos últimos 6 meses desde agosto, alta passa de 90%.

Redação ((o))eco ·
9 de março de 2015 · 9 anos atrás

Desmatamento flagrado na BR 364, no Acre, em setembro de 2014. Foto: Nanda Melonio.
Desmatamento flagrado na BR 364, no Acre, em setembro de 2014. Foto: Nanda Melonio.

O INPE divulgou na semana que terminou os números de alertas de desmatamento do sistema Deter referentes aos meses de novembro/14, dezembro/14 e janeiro/15. Os satélites registraram um aumento moderado de alertas no trimestre. Eles são registros de locais onde provavelmente houve supressão de florestas na Amazônia Legal.

A área somada dos alertas de corte raso (destruição total da floresta) subiu de 276 km² para 291 km², um aumento de 5,4% comparado com o mesmo trimestre do ano anterior (novembro e dezembro/13 e janeiro/14). Esse número equivale ao desaparecimento de uma área de florestas equivalente a 80 Parques Ibirapueras.

Se o número do último trimestre cresceu pouco, o acumulado do ano sugere que o desmatamento está fora de controle na região.

Nos seis meses desde agosto – quando começa o ano-calendário de medição do desmatamento – o número de alertas subiu 90,5%, em comparação ao mesmo período do ano anterior. A área afetada saiu de 1.162,7 quilômetros quadrados km² e pulou para 2.215,5 km².

Nos últimos seis meses, apenas novembro e dezembro apresentaram alertas menores do que o detectado no mesmo mês do período anterior. A tendência de aumento indica uma piora no balanço divulgado no final do ano, em geral, logo antes da COP do Clima.

O Deter é um um sistema pouco preciso, pois foi criado para apoiar com informações ágeis as operações do Ibama de fiscalização e repressão do desmatamento ilegal na Amazônia. Entretanto, seus resultados podem ser vistos como tendência a ser confirmada pelo Prodes, o sistema mais preciso e robusto do Inpe, usado para aferir na região o desmatamento anual consolidado.  

Desmatador preso

Uma semana antes da divulgação dos dados do desmatamento, uma operação conjunta do Ibama, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita prendeu o grileiro Ezequiel Antônio Castanha, considerado o maior desmatador da Amazônia.

Castanha foi preso no município de Novo Progresso, Oeste do Pará, acusado pelos crimes de grilagem de terras públicas, desmatamento ilegal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, além de uso de documentos falsos.

De acordo com o Ibama, o grileiro vinha atuando na BR 163 e seu núcleo familiar já responde por quase R$ 47 milhões em multas junto ao Ibama, sem contar com os autos de infração em nome dos demais membros da quadrilha, que agia em Novo Progresso, Itaituba e Altamira. A Operação Castanheira atua há 6 meses na Amazônia contra o desmatamento ilegal.

 

Leia Também
Governo afinal divulga dados do Deter que indicam disparada    
Amazônia: desmatamento anual caiu 18%, mas ainda é alto
Toras gigantes em rota de desmatamento no interior do Acre

 

Leia também

Salada Verde
5 de julho de 2024

Próximo Congresso Brasileiro de Trilhas ganha data e local

Terceira edição do congresso, organizado pela Rede Brasileira de Trilhas. será realizada de 14 a 17 de novembro na cidade de São Paulo

Reportagens
5 de julho de 2024

Coordenadas por brasileira, academias de ciências do G20 recomendam ações em cinco áreas críticas

Organizações sugerem que as maiores economias adotem ações em inteligência artificial, bioeconomia, transição energética, desafios à saúde e justiça social

Notícias
5 de julho de 2024

Associação de servidores ambientais orienta retorno em atividades determinadas pelo STJ

Entidade disse que recorrerá da decisão que suspendeu greve nas áreas de licenciamento e de gestão de Unidades de Conservação, e criticou postura dos presidentes de Ibama e ICMBio

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.