Em meio às promessas do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de fazer do combate ao garimpo ilegal uma de suas prioridades para a reconstrução da política ambbiental brasileira, a atividae continua a se expandir pela Amazônia, chegand a regiões até então intocadas.
É o caso do rio Juruá, no Amazonas, que desde junho deste ano registra a presença de grandes dragas de garimpo. A destruição, no dia 23 de novembro, de uma destas embarcações é a prova da expansão dos garimpeiros pela região do Médio Juruá, ameaçando comunidades ribeirinhas e indígenas.
A explosão da balsa de garimpo aconteceu no município de Itamarati, distante quase mil quilômetros de Manaus. A operação foi realizada em conjunto entre Polícia Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e PM do Amazonas.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a atividade garimpeira vinha ocorrendo em trecho do rio Juruá dentro da Terra Indígena Deni e TI Kanamari do Médio Juruá. Em junho, lideranças indígenas e extrativistas já denunciavam a invasão de suas terras pelas embarcações de garimpo. As denúncias foram levadas ao MPF pelo Fórum do Território Médio Juruá.
A partir de então, ainda no começo de novembro, os procuradores passaram a solicitar junto aos demais órgãos federais. Entre eles a Agência Nacional de Mineração (ANM) para saber se licenças para a atividade de exploração mineral tinham sido concedidas, sem a devida consulta aos povos indígenas da região. Constatada a ilegalidade, foram iniciados os detalhes para a operação de destruição da draga, realizada em 17 de novembro.
Para representantes de organizações que atuam no Médio Juruá, a rápida reação das autoridades para reprimir o garimpo é essencial para contar o avanço da atividade na área. Conforme os relatos, as duas balsas que operavam no Juruá estavam em fase de prospecção.
O temor era o de que, caso fosse encontrado algum vestígios de ouro, “fofocas” fossem espalhadas e o Juruá ficasse tomado por “balsinhas”. Fofocas é a expressão usada pelos garimpeiros para espalhar informações sobre a presença de ouro numa região.
“Agora é ficar atento para ver se eles não voltam e tentar entender quem financia esse tipo de coisa. Pela estrutura que se tem é uma coisa grande. Essas balsas são grandes. É preciso tentar descobrir quem está por trás “, diz uma fonte ao ((o)) eco, que por questão de segurança pede para não ter o nome revelado.
Ele também destaca a mobilização dos movimentos sociais da região para denunciar o caso ao MPF. “O garimpo não é uma realidade do Juruá, e espero que não seja nunca. Muito importante essa ação da sociedade civil organizada, e ter conseguido uma resposta tão rápida.”
O fomento oficial ao garimpo
Nos últimos anos, passou a ser comum o registro da presença de balsas de garimpo pelos rios dentro do Amazonas. Um dos mais impactados é o Madeira, tanto em seu trecho no Amazonas quanto em Rondônia. O ápice da exploração se deu em novembro de 2021, quando centenas de “balsinhas” ficaram atracadas no leito do Madeira no município de Autazes.
Em outubro passado, a Polícia Federal também destruiu embarcações garimpeiras no rio Madeira, em Porto Velho, a capital de Rondônia. A operação aconteceu às vésperas do segundo turno das eleições, provocando reações da classe política rondoniense.
A desestruturação da política de meio ambiente do país pelo governo Jair Bolsonaro (PL), além de sua simpatia pelo garimpo, são apontadas como as causas para o avanço descontrolado da atividade ilegal em toda a Amazônia, colocando em risco a sobrevivência das comunidades tradicionais.
Ao colocar a agenda ambiental como uma de suas principais bandeiras eleitorais em 2022, o agora presidente eleito Lula colocou o combate ao garimpo na Amazônia como uma de suas políticas de tolerância zero. Em entrevistas e debates, o petista destacou os impactos negativos do garimpo para os povos tradicionais, e sinalizava que, assumindo o governo, atuaria para desmantelar o garimpo clandestino.
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Boa tarde !!!
Por gentileza, estou precisando do contato do Dr. Rodrigo Souza , sei que a reportagem é antiga, mas se tiverem o contato dele eu agradeço.
Abraços,
Márcio Rossi